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Economia da floresta pode ajudar a reduzir desigualdades

A agenda para o clima é um dos caminhos para lidar com a desigualdade social, de acordo com Nabil Moura Kadri, do BNDES, e Tasso Azevedo, do Mapbiomas

<b>Floresta de eucalipto:</b> a Sylvamo mantém, no Brasil, 75.000 hectares de florestas plantadas da espécie (Sylvamo/Divulgação)
André Barros

Jornalista

Publicado em 13 de junho de 2023 às 10h00.

Última atualização em 13 de junho de 2023 às 10h00.

É complicado construir uma agenda positiva para o clima em um país, como o Brasil, que ainda precisa lidar com uma imensa desigualdade social. Mas, para Nabil Moura Kadri, superintendente de meio-ambiente no BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) a riqueza de diversidade, tanto de ecossistema como cultural ou regional, pode ser um motor para geração de oportunidades para combater essas desigualdades.

“Se não olharmos para isso podemos, às vezes, tomar decisões que não vão levar à redução dessas desigualdades”, disse ele, que participou, junto com Tasso Azevedo, coordenador do Mapbiomas, de um painel dentro do especial Mês do ESG, organizado por EXAME.

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Kadri deu um exemplo, usando as decisões de investimento em fontes de energias renováveis, como a eólica. Segundo ele, são duas as possibilidades: importar os equipamentos e construir os aerogeradores ou produzi-los no Brasil, gerando empregos, renda e riquezas para o País: “Como a gente faz tem toda a diferença”.

Ainda nesta esfera das decisões, Azevedo comentou sobre o desmatamento: eles geram valor apenas para algumas pessoas e um prejuízo para todo o coletivo. “Não tem justificativa para o Brasil desmatar mais”, disse.

Segundo o coordenador da Mapbiomas, é possível pegar terras que hoje são usadas para pecuária, com baixa produtividade, para expandir as plantações de grãos, sem precisar derrubar uma árvore. “Em São Paulo isso foi feito: as plantações de cana-de-açúcar e soja cresceram sobre áreas de pastagem, sem prejuízo à produção de carne”.

Bioeconomia

O executivo do BNDES disse, também, que há potencial enorme no Brasil para produtos originados da natureza, graças à enorme biodiversidade. E, segundo ele, gera potencial para reduzir as desigualdades, com a geração de renda onde hoje existem poucas oportunidades.

“É algo que ainda não foi totalmente trabalhado e temos que nos dedicar mais. Nunca como país nos dedicamos como deveria, e o momento é esse”.

Azevedo acrescentou que, dentro dessa bioeconomia, ou a economia da natureza, estão também a geração de energia renovável e um filão que tende a ser bem explorado, que é a substituição de materiais. “Muita coisa ainda é produzida a partir do petróleo e existem materiais, com baixo carbono, que podem ter este papel”.

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