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Como as tarifas de Trump podem impactar o mercado energético brasileiro?

Novas medidas tarifárias dos EUA criam desafios e oportunidades para exportação de energia barata e competitiva

Setor energético: impactos das tarifas dos EUA no Brasil e oportunidades de crescimento. (Andrew-Caballero Reynolds/AFP)

Setor energético: impactos das tarifas dos EUA no Brasil e oportunidades de crescimento. (Andrew-Caballero Reynolds/AFP)

Publicado em 14 de fevereiro de 2025 às 11h00.

As tarifas comerciais impostas pelo governo Trump têm sido utilizadas como ferramenta de barganha diplomática, muitas vezes gerando instabilidade no comércio global. Esse mecanismo tem impactos diretos e indiretos no Brasil.

Trump justifica suas medidas com três principais argumentos: equilibrar a balança comercial dos EUA, estimular a produção doméstica e atrair empresas estrangeiras para o país. Os possíveis efeitos práticos dessas tarifas, no entanto, incluem encarecimento dos produtos para os consumidores americanos e instabilidade nos mercados emergentes.

No setor energético, temos um novo choque global, que pode afetar tanto as exportações brasileiras de energia quanto os custos de importação de equipamentos essenciais.

Impactos das tarifas no setor energético brasileiro

1. Oportunidade para exportação de energia barata

Com as tarifas encarecendo a produção de energia nos EUA, países que buscam alternativas mais baratas podem aumentar a demanda por energia do Brasil. O diferencial brasileiro vai além do custo: além de competitiva, nossa energia é limpa. Por isso o Brasil não precisa pagar um prêmio verde para incorporar fontes renováveis caras, e oferece energia acessível e sustentável.

Além disso, a imprevisibilidade da política tarifária americana pode levar outros países a buscar parcerias mais estáveis com fornecedores de energia confiáveis. O Brasil, se souber se posicionar estrategicamente, pode ampliar sua participação nesse mercado, criando uma vantagem competitiva duradoura.

2. Aumento da demanda por biocombustíveis

Se as tarifas dificultarem o comércio de combustíveis fósseis entre os EUA e seus principais parceiros, o Brasil pode ganhar espaço no fornecimento de etanol e biodiesel. Nossa capacidade de produzir combustíveis renováveis a preços competitivos pode impulsionar a economia e reduzir a dependência global do petróleo.

3. Custos elevados para importação de equipamentos

Nem todos os impactos são positivos. O Brasil depende da importação de tecnologias e componentes essenciais para sua infraestrutura energética. Caso as tarifas elevem os custos de produtos como baterias de lítio, turbinas e equipamentos solares, novos projetos ficarão mais caros, dificultando a competitividade do setor.

Além disso, a alta dos juros nos EUA, provocada pela inflação decorrente das tarifas, pode diminuir o fluxo de dólares para mercados emergentes, desvalorizando o Real e encarecendo nossas importações.

O Brasil pode transformar a crise em oportunidade?

Nesse contexto, o Brasil poderia consolidar sua posição como fornecedor global de energia barata e sustentável. Para isso, algumas ações estratégicas podem ser fundamentais:

  • Explorar novos mercados: fortalecer parcerias com países que buscam alternativas energéticas acessíveis;
  • Inovação tecnológica: investir no desenvolvimento de tecnologias próprias para reduzir a dependência de importações;
  • Atração de investimentos: criar incentivos para produção e exportação de energia e biocombustíveis com uma abordagem estratégica de longo prazo;
  • Monitoramento das tarifas globais: acompanhar a evolução das políticas tarifárias para se antecipar a novos desafios e oportunidades

As tarifas impostas pelo governo Trump trazem desafios, mas também abrem espaço para que o Brasil amplie sua participação no mercado energético global. Se o país adotar uma estratégia focada em transformar suas vantagens comparativas (energia barata e limpa) em vantagens competitivas, poderá se consolidar como um dos principais fornecedores mundiais de energia acessível, aproveitando a instabilidade comercial para fortalecer sua presença internacional.

O cenário exige atenção do governo e do setor privado, pois qualquer decisão pode afetar diretamente a economia e a competitividade brasileira no setor energético. A transição energética não pode ser apenas uma reação às disputas entre grandes potências, mas também uma oportunidade de posicionar o Brasil como líder global na nova configuração energética mundial.

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