ESG

CEO da Enel: “Não chegaremos ao carbono zero plantando árvores”

Para Francesco Starace, é preciso parar de emitir carbono, não apenas compensar. Empresa irá adicionar 84 GW de capacidade em energia renovável até 2030

Italian business executive and CEO and general manager of Italian multinational manufacturer and distributor of electricity and gas, Enel Group, Francesco Starace poses during the presentation of the group's strategic plan 2019 - 2021 on November 20, 2018 in Milan. (Photo by Miguel MEDINA / AFP)        (Photo credit should read MIGUEL MEDINA/AFP via Getty Images) (MIGUEL MEDINA/AFP/Getty Images)

Italian business executive and CEO and general manager of Italian multinational manufacturer and distributor of electricity and gas, Enel Group, Francesco Starace poses during the presentation of the group's strategic plan 2019 - 2021 on November 20, 2018 in Milan. (Photo by Miguel MEDINA / AFP) (Photo credit should read MIGUEL MEDINA/AFP via Getty Images) (MIGUEL MEDINA/AFP/Getty Images)

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Rodrigo Caetano

Publicado em 24 de novembro de 2021 às 15h39.

Última atualização em 25 de novembro de 2021 às 10h50.

A COP26, Conferência do Clima da ONU realizada em Glasgow, na Escócia, no início de novembro, deixou claro que o setor empresarial irá perseguir a meta de zerar as emissões de carbono nas próximas três décadas. Para Francesco Starace, CEO global da italiana Enel, empresa de energia, isso significa uma transformação no modo de vida das pessoas e no modo de produção das empresas, mudanças que começam pelo setor elétrico.

“A próxima década será a da eletrificação”, afirmou Starace nesta quarta-feira, 24, ao apresentar o plano de investimentos da companhia a investidores.

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O que se verá, nos próximos 10 anos, será a substituição de outras fontes de energia, como o petróleo, pelas redes de eletricidade, inclusive em setores que sempre resistiram a isso, como o de transportes. Essa é a única maneira de se chegar ao carbono zero e trata-se de um “desafio extraordinário”, segundo o executivo.

Será preciso dobrar a taxa de eletrificação da economia global, atualmente na casa dos 25%, se o mundo quiser ter esperança de manter o aumento da temperatura global em 1,5 grau celsius até 2050. E aumentar em cinco vezes a capacidade instalada das fontes renováveis.

Starace enfatiza que os esforços para conter as mudanças climáticas dependem de uma transformação total do setor energético, cujo objetivo é parar de emitir carbono. Apenas compensar não será suficiente. “Não vamos chegar ao ‘net zero’ plantando árvores”, diz ele. “Acho a expressão emissões líquidas (net zero) perigosa. Precisamos zerar as emissões.”

A Enel antecipou para 2040 sua meta de zerar as emissões. Para chegar a ela, a empresa elaborou um plano de investimentos que alcança 210 bilhões de euros, em nove anos. Ele inclui aumentar a capacidade de geração renovável em 84 GW, incluindo 9 GW de armazenamento em baterias, o que demandará investimentos da ordem de 70 bilhões de euros. Isso irá quase triplicar o portfólio de energia limpa da empresa até 2030.

Nesse processo, a Enel irá gradualmente abandonar todas as suas usinas térmicas. O carvão será totalmente eliminado do portfólio em 2027 e o gás natural, em 2040.

Maior usina eólica do mundo

Em junho, a Enel inaugurou sua maior usina de energia eólica no mundo, e a maior da América do Sul. Ela é composta por 230 geradores e se estende por 120 km, entre os municípios de Lagoa do Barro, Queimada Nova e Dom Inocêncio, no estado do Piauí. A usina tem capacidade para atender 1,6 milhão de residências.

Mais recentemente, em setembro, O banco Bradesco e a Enel X, braço de energia renovável da companhia italiana, anunciaram a construção de 9 usinas solares para abastecer as agências da instituição financeira. No total, as usinas terão uma capacidade de 11 MW, o suficiente para iluminar mais de 300 agências. O contrato de fornecimento será de 10 anos.

As usinas serão instaladas nas cidades de Quixeré, no Ceará; Buriti Alegre, em Goiás; e Seropédica e Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro. Mais de 18 mil painéis serão utilizados para gerar a energia limpa, em uma área de 246 mil metros quadrados. O início da operação está marcado para junho de 2022.

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