ESG

Apoio:

Logo TIM__313x500
logo_unipar_500x313
logo_espro_500x313
ONU_500X313 CBA
ONU_500X313 Afya
ONU_500X313 Pepsico
Logo Lwart

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Casa dos Ventos entra em energia solar e anuncia mais R$ 4 bilhões até 2026

Ao todo, a empresa fará desembolsos de R$ 12 bilhões, incluindo dois projetos de energia eólica apresentados em 2023; modelo dará preferência aos parques híbridos

Opções: Araripe estuda a instalação de projetos fotovoltaicos em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo (divulgação)

Opções: Araripe estuda a instalação de projetos fotovoltaicos em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo (divulgação)

Paula Pacheco
Paula Pacheco

Jornalista

Publicado em 20 de fevereiro de 2024 às 18h19.

Última atualização em 20 de fevereiro de 2024 às 19h19.

A Casa dos Ventos decidiu incluir a geração de energia fotovoltaica em seu portfólio e anunciou nesta terça-feira, 20, mais R$ 4 bilhões de investimentos que serão feitos até 2026.

O valor se soma a outros R$ 8 bilhões que vêm sendo desembolsados em dois grandes eólicos, chegando a R$ 12 bilhões. São eles o projeto de Serra do Tigre, no Rio Grande do Norte, e Babilônia Centro, na Bahia. A companhia conta hoje com cerca de 3 GW de energia renovável em operação e construção.

A localização dos projetos de energia solar ainda não está definida, explica Lucas Araripe, diretor-executivo da Casa dos Ventos. O executivo disse à EXAME que estuda o desenvolvimento de unidades fotovoltaicas em quatro estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo.

Potencial

A previsão de Araripe é que os primeiros projetos fotovoltaicos sejam viabilizados ao longo deste ano e deverão representar em torno de 1 gigawatt (GW) de capacidade instalada.

Segundo o executivo, a carteira total de projetos nas fontes eólica e solar pode chegar a 4,2 GW até 2026, com uma participação representativa de empreendimentos desenvolvidos com a TotalEnergies, que se tornou sócia minoritária há um ano.

O plano de negócio prevê a expansão da geração fotovoltaica em parques que já conta com projetos eólicos, ou seja, um modelo de parques híbridos.

Ao optar por parques híbridos, a Casa dos Ventos aposta em uma melhor equação de custos e no uso de infraestrutura de transmissão ociosa do sistema de transmissão de energia. Além disso, é uma forma de colocar em prática uma produção mais estável.

A decisão de ampliar o portfólio foi motivada pelo interesse crescente das empresas por fontes renováveis e pela entrada da TotalEnergies no negócio.

Para financiar os projetos, a Casa dos Ventos tem contado com apoios importantes. O maior até agora veio do BNDES. Em janeiro, o banco aprovou o maior financiamento para um empreendimento de geração de energia renovável, num total de R$ 3,16 bilhões para o complexo eólico Babilônia Centro – joint venture entre a Casa dos Ventos e a siderúrgica ArcelorMittal. O projeto total é orçado em R$ 4,2 bilhões.

Mercado livre

Segundo o diretor-executivo, o cenário de comercialização no mercado livre de energia, que vinha apresentando dúvidas por causa do excesso de oferta, que impactou no preço, vem se alterando nos últimos meses. Araripe relata uma reversão na tendência entre os compradores por conta das fortes ondas de calor e condições hidrológicas desfavoráveis.

“Além dessas condições, o cliente ainda pode contar com outros atrativos, como se tornar sócio no projeto de geração e ser um autoprodutor, o que gera isenções”, diz o diretor.

Em evento realizado na segunda-feira, 19, o diretor de Sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, afirmou que o Brasil possui capacidade para aumentar a energia solar em até 100 vezes. Hoje, segundo o executivo, a capacidade instalada nacional é de 30 gigawatts (GW), valor classificado por ele como um número já relevante, mas que pode aumentar em grande escala.

Quem é a Casa dos Ventos

Além de anunciar a entrada no setor fotovoltaico, a Casa dos Ventos apresentou sua nova identidade visual, sob o slogan “É da nossa natureza essa energia inesgotável”, com a valorização do seu papel na estratégia ESG das empresas que aderem a energias renováveis.

A empresa é uma das pioneiras no setor de energia eólica no Brasil. Atualmente, conta com o maior portfólio em desenvolvimento do país. Sua atuação inclui a geração, comercialização, implantação e operação de ativos atrelados à descarbonização de empresas.

Atualmente, a Casa dos Ventos conta com o maior portfólio de projetos eólicos e solares do Brasil, com aproximadamente 30 GW de capacidade. A companhia ganhou um fôlego adicional a assinar, em janeiro do ano passado, a joint venture com a TotalEnergies, mirando o desenvolvimento, construção e operação em conjunto do portfólio de negócios. Atualmente, entre os seus clientes estão, além da ArcelorMittal, a Vale, a Braskem e a Anglo American.

A Casa dos Ventos mira ainda iniciativas com hidrogênio verde e derivados. A companhia está entre aquelas que assinaram um memorando de entendimentos com o governo do Ceará (pré-contrato) para a produção e embarque de hidrogênio verde no Porto de Pecém.

Segundo a empresa, seu projeto de H2V em Pecém em fase de avançada, já com audiência pública realizada. A Casa dos Ventos está agora em processo de discussões comerciais em andamento para a venda da amônia no mercado internacional. Segundo o governo do Ceará, a produção de H2V no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) tem uma capacidade instalada projetada de 6 gigawatts até 2034.

Em março do ano passado, a Casa dos Ventos e a Comerc Eficiência, do Grupo Comerc Energia, assinaram uma parceria com a TransHydrogen Alliance (THA) com foco na garantia de uma cadeia de suprimentos para a transição energética dos países europeus.

O objetivo é viabilizar a exportação de amônia verde produzida no CIPP, que contará com uma unidade de produção de 60 hectares e atingir a capacidade de até 2.4 GW de eletrólise, com a produção de 960 toneladas de hidrogênio por dia -  um volume de 2,2 milhões de toneladas de amônia por ano. 

Acompanhe tudo sobre:Energia renovávelEnergia eólicaEnergia solarEmissões de CO2BNDES

Mais de ESG

Os modelos de negócios que podem recuperar a Amazônia e desenvolver a economia, segundo estudo

Como a transformação da matriz elétrica brasileira está afetando a indústria eólica no Brasil?

ANCAT inaugura hub do plástico, a maior planta de gestão de plásticos da América Latina

Agrotools e Imaflora lançam tecnologia para aumentar segurança do CAR e ajudar na preservação