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Brasil tem 900 influenciadores 45+, mas mercado enfrenta desafios para remuneração

Pesquisa da agência Silver Makers mapeou criadores de conteúdo mais velhos; falta de parcerias com marcas ainda dificultam pagamento pelo trabalho

Crescimento da população mais velha do país é exemplo do potencial – econômico e social – que esses influenciadores têm (Maskot/Getty Images)

Crescimento da população mais velha do país é exemplo do potencial – econômico e social – que esses influenciadores têm (Maskot/Getty Images)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 16 de agosto de 2024 às 07h00.

O Brasil conta hoje com quase 900 perfis de criadores de conteúdo digital mais velhos, de acordo com uma pesquisa da agência Silver Makers. Os chamados influenciadores prateados estão cada vez mais ativos em redes sociais como Instagram, Facebook e TikTok, dialogando com diferentes gerações sobre os desafios e oportunidades vividas a partir dos 45 anos.

O estudo “Influenciadores digitais maduros e diversos” mapeou 895 criadores do conteúdo, com idades entre 45 e 75 anos. Do total, 436 possuem mais de 2 mil seguidores em ao menos uma rede social. O novo público gera também chances de oportunidades em parcerias com marcas.

Para Cléa Klouri, CEO da Silver Makers e coordenadora da pesquisa, o crescimento da população mais velha do país é exemplo do potencial – econômico e social – que esses influenciadores têm. “57 milhões de brasileiros já têm mais de 50 anos, representando 25% dessa população. Se a evolução da longevidade está presente em tudo, isso significa que ela também está presente nas redes sociais”, conta.

A CEO aponta que cada vez mais pessoas maduras encontram nas redes sociais o seu canal de expressão. “Acreditamos que esse mercado está em plena expansão, representando uma parcela cada vez maior da população e com oportunidades de se conectar com marcas”, explica.

Desafios para monetização

No entanto, o setor de influenciadores mais velhos ainda enfrenta desafios para receber o retorno financeiro do seu trabalho. “Os ganhos financeiros ainda não são expressivos. Há poucas marcas, que fazem ações pontuais no setor. O segmento da geração Z ou dos millenials conta com influenciadores ganhando bastante dinheiro, com potência nas redes sociais e com marcas sempre presentes em seus perfis. Os maduros, especialmente os micro ou nano influenciadores, se queixam muito da falta de monetização”, relata.

A rede mais frequentada é o Instagram, utilizada por 100% dos influenciadores mapeados. Outros 23% usam o Facebook, 19%, o TikTok e 17%, o YouTube. A maior parte dos influenciadores são mulheres, que representam 72% dos entrevistados.

A maior parte dos influenciadores prateados debate comportamento em suas redes sociais, sem deixar de lado discussões como cultura, ativismo e moda, que também figuraram os tópicos mais discutidos. Saúde, beleza, empreendedorismo, carreira e viagens também foram tema de vídeos e textos nas redes sociais. O ativismo e a conscientização são os principais assuntos debatidos, incluindo tópicos como racismo e inclusão social.

Para Klouri, parcerias entre empresas e influenciadores podem ser benéficas para ambas as partes. “Para os influenciadores, é importante que eles tenham marcas presentes em seus perfis, para que possam monetizar seus conteúdos. Para as marcas, que precisam se aproveitar desse potencial, podem aproveitar a força e engajamento que esses perfis têm para divulgar seus produtos e serviços”, aponta.

Unir o público com as oportunidades pode destravar um mercado bilionário. “Até 2040, as pessoas 50+ vão representar 40% da população. Esse movimento da Creator Economy, que movimentou US$ 250 bilhões globalmente em 2023, segue com expectativas enormes para 2024. Estabelecendo essa conexão, vai ser um mercado com potencial real”, complementa a CEO.

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