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Banco da Amazônia busca aumento de capital para elevar a oferta de crédito na região Norte

Para o presidente da instituição, Luiz Lessa, olhar global sobre a Amazônia e a expectativa com a COP30, em Belém, geram vantagens competitivas. Responsabilidade socioambiental é estratégica

Agência do Banco da Amazônia: com o aumento de capital, o banco espera que o free-float suba de 3% para 25% (Banco da Amazônia/Divulgação)

Agência do Banco da Amazônia: com o aumento de capital, o banco espera que o free-float suba de 3% para 25% (Banco da Amazônia/Divulgação)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 27 de março de 2024 às 11h39.

O Banco da Amazônia (BASA), principal financiador de desenvolvimento da região Norte, começou a discutir as possibilidades de aumento de capital social. De acordo com o presidente da companhia, Luiz Lessa, o valor estimado em R$ 2 bilhões, que deve ser direcionado para aumentar a oferta de crédito na região.

A discussão envolve o recebimento de capital vindo da União, via títulos de dívida e o follow-on (oferta subsequente de ações). Lessa afirma que o desempenho das ações da instituição em 2023, que tiveram uma alta de mais de 90% ao longo do ano e negociações diárias, demonstra o interesse crescente do investidor.

“Temos números sólidos, por um lado, e buscamos equilibrar a responsabilidade socioambiental, por outro. É um discurso inovador entre os bancos do mesmo porte, como os de nicho e os digitais", disse Lessa.  Para o presidente, a preocupação ambiental pode ser vista como um diferencial para o investidor, o que pode atrair um publico novo para suas ações. “Nosso público pode não ser apenas o investidor procurando dividendos, mas um que se preocupe com a atuação da empresa pela questão socioambiental da região.”

O momento atual da Amazônia, centrada nas discussões do G20 e sob o olhar global com a expectativa da COP30, em Belém, gera vantagens competitivas para o BASA: “Essa combinação cria uma janela de oportunidades grande para melhorar as condições de capital do Banco, trazer mais respostas para a sociedade e mais insumos para a transformação da vida das pessoas”, diz Lessa.

A expectativa é que o aumento do capital social possa elevar o free-float (ações para negociação pública) de 3% para  25%. O presidente também espera que o capital possa garantir uma alta no Índice de Basileia do banco, atualmente em 13%. Com o valor de R$ 2 bilhões, o BASA espera que o índice de saúde financeira suba para 15%.

O Banco da Amazônia conta com recursos de agências multilaterais focadas no desenvolvimento regional, como Fundo Constitucional do Norte (FNO), além de negociações em andamento com agências francesas e com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, mas espera que a oferta de mais capital aumente os valores recebidos e ajude na destinação desses recursos. “É mais capital para oferecer nas linhas de crédito”, afirma.

O Banco utiliza programas de crédito para apoiar negócios crescentes na produção agrosustentável e a favor da Amazônia na região Norte. O serviço atinge micro, pequenos e médios empreendedores e produtores, mas também atua com grandes empresas de infraestrutura instalados no bioma.

Com sede em Belém, o BASA vê a oportunidade de recebimento de capital também como chance de desenvolver a região para a realização da COP30, mas sem esquecer das oportunidades da região Norte na economia verde. “É claro que a gente tem que pensar no micro, no turismo e infraestrutura que são essenciais para a região da COP30, mas sempre temos que pensar na Amazônia como um todo”, conta Lessa.

“Vamos apoiar projetos de transição energética, tratamento de resíduos sólidos, iluminação pública otimizada, geração de energias limpas e renováveis, manutenção da biodiversidade, tudo aquilo que já está nas nossas linhas tradicionais de investimento, mas que com mais recursos pode aumentar as oportunidades para a região”.

A expectativa da liderança é que a proposta de aumento de capital esteja pronta até o terceiro trimestre do ano, mas o caminho ainda inclui discussões com especialistas e financiadores brasileiros e externos, como fundos de ESG europeus e americanos. “Vamos trabalhar esse discurso para apresentar o case de forma clara: não somos só um banco, mas uma empresa de responsabilidade socioambiental”, enfatiza.

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