ESG

Apenas 3% dos brasileiros negam o aquecimento global, diz estudo da Yale

Somente a Costa Rica tem menos negacionistas que o Brasil. Para 87%, além de real, fenômeno é causado pela ação humana

Para 87% dos brasileiros, ações humanas, como o aumento das emissões de carbono, são as principais causas do aquecimento global (starekase/Thinkstock)

Para 87% dos brasileiros, ações humanas, como o aumento das emissões de carbono, são as principais causas do aquecimento global (starekase/Thinkstock)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 29 de junho de 2021 às 06h00.

Uma pesquisa conduzida pela universidade de Yale, nos Estados Unidos, aponta que a imensa maioria da população brasileira acredita no aquecimento global. Os negacionistas somam apenas 3% da população. Somente a Costa Rica, com 2% de negadores, tem menos cidadãos duvidando da ciência.

Os que duvidam que a ação humana é responsável pelo fenômeno, no entanto, estão em maior número: 13%. Ainda assim, são minoria no país. No mundo, os negacionistas também estão em minoria, variando de 2% a 12% da população, de acordo com a nacionalidade.

Em relação ao combate às mudanças climáticas, só 12% dos brasileiros concordam que ele atrapalhe a economia. Outros 74% apoiam fortemente a adesão do país ao Acordo de Paris, e 87% dizem que as energias renováveis deveriam receber mais suporte.

Países não levam mudanças climáticas a sério

A pesquisa fortalece a tese de que os governos não estão levando o problema tão a sério quanto deveriam. Essa é a visão de Stefan Rahmstorf, professor do Instituto Potsdam de Pesquisa dos Impactos do Clima, na Alemanha, um dos maiores especialistas no tema.

Rahmstorf aponta que ondas de calor podem causar tantas mortes quanto uma pandemia, como aconteceu na França, em 2003, quando 70 mil pessoas morreram devido à alteração climática.

Mesmo com a existência de tratados de redução de emissões de carbono, como o Acordo de Paris, o especialista não acredita que os países levem a sério a necessidade de medidas para mitigação dos efeitos negativos das mudanças climáticas, o que pode gerar problemas para cidades costeiras, ondas de calor em cidades e morte de corais.

“A pandemia do novo coronavírus mostrou claramente que você ignora a ciência por sua conta e risco. É bom discordar e debater sobre as melhores políticas, mas elas devem sempre ser baseadas na compreensão da realidade, e não na negação de verdades inconvenientes”, afirma.

Para o pesquisador, a única saída para barrar o aquecimento global é parar o desmatamento e deixar de usar combustíveis fósseis, desse modo, evitando os efeitos das emissões de carbono na atmosfera.

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