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BOTTLETOP, a marca britânica que leva o trabalho de artesãos e indígenas para o mercado de luxo

Com a ação #TOGETHERBAND, a marca BOTTLETOP foca nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da ONU, e no empoderamento econômico de fornecedores como mulheres na Bahia e indígenas Yawanawá; leia entrevista exclusiva com o co-fundador e CEO Cameron Saul

BOTTLETOP - Togetherband (BOTTLETOP/Divulgação)

BOTTLETOP - Togetherband (BOTTLETOP/Divulgação)

Marina Filippe
Marina Filippe

Repórter de ESG

Publicado em 28 de fevereiro de 2023 às 08h02.

Última atualização em 24 de março de 2023 às 09h48.

Quem passou pelo Camarote Brahma nº1, na Sapucaí, pôde não apenas aproveitar o Carnaval, mas também ser impactado pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) por meio de uma ação da #TOGETHERBAND, campanha da marca britânica de moda sustentável BOTTLETOP. Na iniciativa, em parceria com o Pacto Global da ONU no Brasil, era possível tirar uma foto em uma tapeçaria encomendada para a Assembleia Geral da ONU em Nova York, em 2018, que desde então roda o mundo como um símbolo de ação coletiva em apoio à Agenda 2030.

"A intenção é a de que as pessoas, por meio da arte e da moda, entendem como os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável são importantes para termos um mundo melhor. E, que essa mensagem seja repassada para amigos e familiares de pessoas como as presentes no Camarote Brahma nº1", diz Cameron Saul, co-fundador da BOTTLETOP. Além da foto no painel, as pessoas eram convidadas a baixar o aplicativo Act Now Together, que mostra maneiras práticas para um dia a dia mais consciente e sustentável.

BOTTLETOP: foco em transformar o mercado de moda de luxo 

A BOTTLETOP é uma marca de luxo fundada em 2002 por Cameron Saul e Oliver Wayman, e tem o time baseado em Londres. Apesar de sempre ter focado em sustentabilidade, foi em 2015, que a marca passou a focar na campanha #TOGETHERBAND e nos ODS.

"Em 2015, durante a Assembleia Geral da ONU, pude aprender com Amina J Mohammed, Secretária-Geral Adjunta das Nações Unidas, a importância de construir uma jornada de ação por meio do que sabíamos fazer, como moda e arte", diz Cameron.

Além das iniciativas próprias, a marca conta com um time de ativistas e embaixadores ao redor do mundo que ajudam a levar essa mensagem. "Convidamos as pessoas a compartilharem suas histórias e inspirar as outras. Quando a campanha foi construída, a ideia era ser acessível para que todas as pessoas pudessem entender nossa comunicação e se sentir atraída pelo movimento e os valores que compartilhamos".

Geração de impacto: pareceria com mulheres na Bahia e indígenas Yawanawá

O Brasil é um importante país na atuação da BOTTLETOP. Isto porque, a companhia trabalha, por exemplo, com mulheres em situação de vulnerabilidade social em Salvador, na Bahia. "Como marca queremos criar oportunidades econômicas ao utilizar materiais que, por exemplo, seriam resíduos por gerações se uma inovação não fosse aplicada. Fazemos isto olhando para formas de qualificar as pessoas e incentivar o desenvolvimento econômico".

O time da BOTTLETOP, apesar de baseado em Londres, acompanha o trabalho das mulheres ao oferecer treinamento em corte, costura e aplicação dos materiais, como anéis de latas de alumínio coletados por catadores locais. "Compartilhamos técnicas para que elas trabalhem com os requisitos de uma marca de luxo ao mesmo tempo em que também aprendemos muito. O programa não existiria sem a força dos catadores brasileiros".

A BOTTLETOP, que abriu um ateliê em Salvador em 2012, emprega ao menos 20 mulheres artesãs e paga 45% mais do que a média do mercado local. "Desde então, também mensuramos o impacto econômico a partir de melhorias como a instalação de Wi-Fi em áreas que até então não tinham internet rápida ou mesmo pelas histórias relatadas pelas mulheres, como a retenção dos filhos na escola", afirma Cameron.

Além do trabalho em Salvador, há três anos, a BOTTLETOP começou a desenvolver produtos com os indígenas Yawanawá. "Na primeira vez que cheguei na aldeia, fui muito tocado pelas explicações do cacique, que mostrou como eles são grandes guardiões da natureza e o poder do ecossistema. Mas, ao mesmo tempo em que eles têm um trabalho importante, há um desafio econômico", afirma.

Pensando nisto, a parceria foi firmada para comercializar joias feitas com sementes de açaí reaproveitadas. "Há um processo de várias etapas durante a produção das pulseiras e colares, que vai desde a secagem das sementes até o polimento e mais". Além das sementes, as pulseiras são feitas com plástico retirado dos oceanos e uma peça de metal derivada de armas de fogo apreendidas em zonas de conflito da América Central.

"Olhamos para o impacto negativo nas florestas, para a pegada de carbono e a responsabilidade que há numa produção. Estamos advogando sobre a mudança na sociedade, como o fim do desmatamento, e o desenvolvimento digno das pessoas", afirma Cameron. Para o executivo, por fim, um dos destaques da BOTTLETOP, é o fato de que a marca busca trabalhar de modo diferente dos tradicionais calendários de moda. "Não podemos devastar o planeta em prol da tendência da estação seguinte. Executamos coleções para estarem na moda no longo prazo".

 

Bolsa BOTTLETOP (BOTTLETOP)

 

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