80% das emissões de CO2 são feitas por 57 empresas e países, diz relatório
O documento constatou que a maioria das empresas expandiu sua produção de combustíveis fósseis desde 2015, ano da assinatura do Acordo de Paris
Repórter colaborador
Publicado em 4 de abril de 2024 às 06h45.
A grande maioria das emissões de dióxido de carbono que causam o aquecimento do planeta pode ser atribuída a um grupo de 57 produtores de combustíveis fósseis e cimento, disseram pesquisadores nesta quinta-feira. As informações são da Reuters.
De 2016 a 2022, 57 entidades, incluindo países, empresas estatais e companhias privadas, produziram 80% das emissões mundiais de CO2 provenientes de combustíveis fósseis e da produção de cimento, disse o relatório Carbon Majors, do think tank sem fins lucrativos InfluenceMap.
As três maiores empresas emissoras de CO2 do mundo no período foram a empresa estatal de petróleo Saudi Aramco, a gigante estatal russa de energia Gazprom e a produtora estatal Coal India, segundo o relatório.
O relatório constatou que a maioria das empresas expandiu sua produção de combustíveis fósseis desde 2015, ano da assinatura do Acordo de Paris da ONU, quando países se comprometeram a tomar medidas para conter as mudanças climáticas.
Desde então, embora muitos governos e empresas tenham estabelecido metas de emissões mais rígidas e expandido rapidamente a energia renovável, eles também produziram e queimaram mais combustíveis fósseis, causando o aumento das emissões. As emissões globais de CO2 relacionadas à energia atingiram um recorde no ano passado, segundo a Agência Internacional de Energia.
Uma edição anterior do banco de dados Carbon Majors foi citada no mês passado em um processo judicial movido por um fazendeiro belga contra a empresa francesa de petróleo e gás TotalEnergies. O fazendeiro argumentou que, como uma das 20 maiores empresas emissoras de CO2 do mundo, a TotalEnergies era parcialmente responsável pelos danos causados às suas operações por condições climáticas extremas.
O banco de dados foi lançado pela primeira vez em 2013 pela organização de pesquisa sem fins lucrativos Climate Accountability Institute.