Belz Factory Outlet Mall, em Allen, Texas, abandonado desde os anos 80 (Justin Cozart/Wikimedia Commons)
João Pedro Caleiro
Publicado em 12 de junho de 2017 às 13h17.
Última atualização em 12 de junho de 2017 às 17h23.
São Paulo - Os shopping centers, um dos maiores símbolos do capitalismo americano, estão em franca decadência no país.
20% a 25% dos shopping centers nos Estados Unidos devem fechar no espaço de 5 anos, de acordo com um relatório recente do banco Credit Suisse.
Se confirmado, isso significaria o fechamento de 240 a 300 dos cerca de 1.200 shoppings existentes hoje no país.
Os números são do CoStar Group, fornecidos pelo Conselho Internacional de Shopping Centers, e se referem apenas aos grandes shoppings fechados.
O declínio do movimento de pessoas nesses espaços já dura alguns anos e segundo o relatório, é um fenômeno estrutural.
Um dos problemas é o fechamento acelerado de lojas: só neste ano já foram 3.600, um número que deve chegar a 8.640 no balanço do ano, segundo estimativa do banco.
Se confirmado, seria mais de 4 vezes o total de 2016. O nível mais alto de fechamento de lojas registrado até agora foi em 2008, com 6.163.
Um dos motivos é a concorrência do mercado eletrônico, cada vez mais competitivo em preço, agilidade e oferta de produtos.
A estimativa do Credit Suisse é que a parcela do comércio eletrônico nas vendas do vestuário pule dos 17% atuais para 37% em 2030.
Outro fator é a ascensão dos outlets, que estão ganhando mercado e não costumam ficar em shoppings.
No Brasil, os 20 shopping centers abertos no ano passado operam com uma vacância média de 55% – ou seja, mais da metade das lojas estão vagas.
2016 foi a primeira vez em pelo menos 12 anos em que os shoppings brasileiros fecharam mais lojas do que abriram.
Mas como o Brasil viveu uma profunda recessão que só agora está dando sinais de melhora, é cedo para dizer até que ponto os shoppings têm futuro por aqui.