Economia

Um quarto dos shoppings americanos fechará até 2022, prevê banco

Um dos maiores símbolos do capitalismo está em franca decadência nos Estados Unidos

Belz Factory Outlet Mall, em Allen, Texas, abandonado desde os anos 80 (Justin Cozart/Wikimedia Commons)

Belz Factory Outlet Mall, em Allen, Texas, abandonado desde os anos 80 (Justin Cozart/Wikimedia Commons)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 12 de junho de 2017 às 13h17.

Última atualização em 12 de junho de 2017 às 17h23.

São Paulo - Os shopping centers, um dos maiores símbolos do capitalismo americano, estão em franca decadência no país.

20% a 25% dos shopping centers nos Estados Unidos devem fechar no espaço de 5 anos, de acordo com um relatório recente do banco Credit Suisse.

Se confirmado, isso significaria o fechamento de 240 a 300 dos cerca de 1.200 shoppings existentes hoje no país.

Os números são do CoStar Group, fornecidos pelo Conselho Internacional de Shopping Centers, e se referem apenas aos grandes shoppings fechados.

O declínio do movimento de pessoas nesses espaços já dura alguns anos e segundo o relatório, é um fenômeno estrutural.

Um dos problemas é o fechamento acelerado de lojas: só neste ano já foram 3.600, um número que deve chegar a 8.640 no balanço do ano, segundo estimativa do banco.

Se confirmado, seria mais de 4 vezes o total de 2016. O nível mais alto de fechamento de lojas registrado até agora foi em 2008, com 6.163.

Um dos motivos é a concorrência do mercado eletrônico, cada vez mais competitivo em preço, agilidade e oferta de produtos.

A estimativa do Credit Suisse é que a parcela do comércio eletrônico nas vendas do vestuário pule dos 17% atuais para 37% em 2030.

Outro fator é a ascensão dos outlets, que estão ganhando mercado e não costumam ficar em shoppings.

No Brasil, os 20 shopping centers abertos no ano passado operam com uma vacância média de 55% – ou seja, mais da metade das lojas estão vagas.

2016 foi a primeira vez em pelo menos 12 anos em que os shoppings brasileiros fecharam mais lojas do que abriram.

Mas como o Brasil viveu uma profunda recessão que só agora está dando sinais de melhora, é cedo para dizer até que ponto os shoppings têm futuro por aqui.

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