Ter uma meta contínua de inflação gera mais eficiência, diz presidente do BC
Roberto Campos Neto ainda afirmou que estudos sobre o tema começaram em 2017 e que é necessário um decreto presidencial para mudar regra
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 29 de junho de 2023 às 13h10.
Última atualização em 29 de junho de 2023 às 13h21.
“Ter uma meta contínua de inflação gera mais eficiência”. A afirmação é do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, e foi feita nesta quinta-feira, 29, durante a coletiva sobre o Relatório Trimestral de Inflação. Segundo ele, a autoridade monetária iniciou, 2017, estudos para aperfeiçoar o regime vigente no país.
“O aperfeiçoamento em mudar as metas de inflação tem que mostrar que fazer a convergência da inflação para a meta deve ter o mínimo de custo para a sociedade”, disse.
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A afirmação de Campos Neto é importante e relevante, já que o Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúne nesta tarde para debater a meta de inflação de 2026 e reavaliar os objetivos de 2024 e 2025. A tendência, segundo técnicos da equipe econômica ouvidos pela Exame, é de que o colegiado fixe um objetivo contínuo de 3% para todos os anos, sem prazo definido para atingi-lo.
Atualmente, o BC persegue metas anuais, o que força a autoridade monetária a definir juros mais latos para cumprir o objetivo dentro do prazo. Com mais tempo para atingir a meta, o BC poderia projetar a redução da inflação em horizontes mais largos. Para essa reunião do CMN, discute-se fixar esse período maior, de 18 meses, 24 meses, ou sem prazo definido. Um decreto presidencial será editado com as novas regras, a partir das sugestões do colegiado.
Porta aberta para queda de juros
O presidente do BC ainda disse que qualquer proposta para aumentar a meta de inflação pode ter um efeito genuíno de produzir a convergência da inflação, mas, na prática, gera o efeito inverso, com aumento de expectativas. Campos Neto ainda esclareceu o que queria sinalizar com o comunicado do último Copom.
“A gente não vê que teve uma incoerência [na comunicação do BC]. A gente entende que o comunicado tinha deixado, na nossa opinião, a porta aberta [para a queda de juros em agosto]. Eu vejo que teve bastante ruído em torno disso”, disse.