Economia

Syrisa espera maioria em eleição grega, apesar de divisões

Partidos estão profundamente divididos sobre o resgate – o terceiro da Grécia desde 2010 - e as suas condições difíceis


	Bandeiras da Grécia (D) e da União Europeia: os partidos estão profundamente divididos sobre o resgate
 (Yves Herman/Reuters)

Bandeiras da Grécia (D) e da União Europeia: os partidos estão profundamente divididos sobre o resgate (Yves Herman/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2015 às 10h03.

Atenas - O partido radical de esquerda Syriza pode conseguir se reeleger na Grécia com uma maioria absoluta, disse um alto dirigente da legenda nesta terça-feira, e governar sem precisar do apoio das principais forças políticas que também endossam o novo resgate internacional do país.

Panos Skourletis, ministro da Energia no governo que renunciou na semana passada, também disse que o país precisa evitar um impasse que leve a uma segunda rodada de eleições - um cenário que os políticos já estão vislumbrando, embora a votação ainda não tenha sido convocada.

Durante os sete meses do Syriza no poder a Grécia ficou à beira do colapso financeiro e da saída do euro, mas o partido está confiante num bom resultado, embora continue a ser assolado por divisões internas, mesmo depois de se cindir formalmente na semana passada.

"Acredito ser possível o Syriza alcançar maioria absoluta no Parlamento”, disse Skourletis à Mega TV. Ele também minimizou a possibilidade de o partido fazer um acordo pós-eleitoral com os principais grupos pró-resgate – o conservador Nova Democracia, o centrista, To Potami e os socialistas do Pasok.

"Para as colaborações serem politicamente dignas de crédito elas devem se basear em uma convergência existente de programas, um terreno comum", disse ele.

"Não vejo essa credibilidade política com as forças da Nova Democracia, o Pasok ou Potami."

Na esperança de evitar uma eleição apenas sete meses depois da última, na qual o Syriza chegou ao poder, o presidente da Grécia encarregou dois partidos da oposição de tentar formar um novo governo, depois que o primeiro-ministro Alexis Tsipras renunciou, na quinta-feira.

Os partidos estão profundamente divididos sobre o resgate – o terceiro da Grécia desde 2010 - e as suas condições difíceis.

A Nova Democracia não conseguiu encontrar parceiros de coalizão. Agora o Unidade Popular, legenda de extrema-esquerda que se separou do Syriza, está tentando um acordo, mas seu líder, Panagiotis Lafazanis, já admitiu não ter conseguido.

Na quarta-feira à noite o presidente Prokopis Pavlopoulos deve fazer uma última tentativa para alcançar um compromisso entre os partidos. Como é quase certo que fracasse, ele irá nomear um primeiro-ministro interino e convocar eleições dentro de 30 dias.

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