Yellen: Uma incerteza prolongada nas negociações para elevar o teto da dívida poderia provocar um inédito 'default' dos Estados Unidos, o que produziria uma "catástrofe econômica e financeira" (Joshua Roberts/Reuters)
Agência de notícias
Publicado em 11 de maio de 2023 às 06h56.
A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, alertou nesta quinta-feira, 11, que levar as negociações da dívida pública do país ao limite "pode causar custos econômicos significativos", depois que o ex-presidente Donald Trump pediu aos republicanos que adotem uma estratégia dura no tema.
Uma incerteza prolongada nas negociações para elevar o teto da dívida poderia provocar um inédito 'default' dos Estados Unidos, o que produziria uma "catástrofe econômica e financeira" com consequências mundiais, afirmou Yellen à margem de uma reunião ministerial do G7 no Japão.
Donald Trump pediu na quarta-feira aos republicanos que se recusem a elevar o limite da dívida dos Estados Unidos, o que provocaria o 'default' da dívida, caso o Partido Democrata do presidente Joe Biden não concorde em reduzir gastos.
Se o Congresso não aumentar a capacidade de endividamento, os Estados Unidos podem enfrentar um cenário de suspensão de pagamentos no próximo mês.
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu, nesta quarta-feira (10), aos legisladores republicanos que se recusem a elevar o teto da dívida do país, o que levaria a um default, caso os democratas de Joe Biden não concordem em cortar gastos.
"Digo que os republicanos, os congressistas, senadores, se eles [os democratas] não lhes derem um corte maciço, vocês terão que proceder com um default", disse o magnata, que pretende disputar as eleições de 2024, durante uma aparição ao vivo no canal de notícias CNN.
A elevação do teto da dívida, um limite do dinheiro que o governo pode tomar emprestado para arcar com despesas já contratadas, costuma ser rotina no país.
Mas os republicanos preocupados com o orçamento, que assumiram o controle da Câmara dos Representantes nas eleições de 2022, prometeram apenas aumentar o teto - cujo máximo atual é de US$ 31,4 trilhões (cerca de R$ 155,5 trilhões) - se houver redução de gastos do governo.
Em seus comentários no canal de notícias, Trump acrescentou, no entanto, que considera tal cenário improvável.
"Eu não acredito que eles vão fazer isso porque creio que os democratas vão ceder, pois você não quer que isso aconteça [...] Mas [o default] é melhor do que o que estamos fazendo agora, pois estamos gastando dinheiro como marinheiros bêbados", afirmou.
O governo dos Estados Unidos nunca deixou de pagar sua dívida intencionalmente e alguns economistas alertam que os efeitos de um eventual default nos mercados financeiros podem ser catastróficos.