Economia

Salário mínimo necessário dispara na pandemia e chega a R$ 6 mil

O valor do "salário mínimo necessário" medido pelo Dieese chegou a 5.969,17 reais em novembro. Para 2022, o governo divulgou que o salário mínimo será de 1.210 reais

Supermercado: salário mínimo necessário para uma família de quatro pessoas chegou a quase 6.000 reais em novembro (Leandro Fonseca/Exame)

Supermercado: salário mínimo necessário para uma família de quatro pessoas chegou a quase 6.000 reais em novembro (Leandro Fonseca/Exame)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 8 de dezembro de 2021 às 12h21.

Última atualização em 8 de dezembro de 2021 às 15h31.

O salário mínimo necessário para as necessidades básicas de uma família de quatro pessoas, medido mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), subiu mais de 30% desde o começo da pandemia.

No mês de novembro, o valor chegou a 5.969,17 reais, segundo os novos números da organização, e o preço da cesta básica aumentou em nove cidades, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste.

Aprenda quais são os tipos de investimentos e como montar a sua própria carteira neste curso completo e acessível da EXAME.

O Dieese mede o que chama de "salário mínimo necessário", em comparação ao salário mínimo nominal, que é pago atualmente no Brasil.

O salário mínimo necessário em novembro superou em 5,42 vezes o salário mínimo, que é de 1.100 reais desde janeiro.

A métrica do Dieese é feita com base no valor da cesta básica para uma família de quatro pessoas (com dois adultos e duas crianças), medida nas capitais, além do custo de serviços básicos como moradia, saúde, energia elétrica, entre outros (veja o relatório completo).

Para calcular o salário necessário nacional, o Dieese leva em conta a cesta básica mais cara do país. Em novembro, foi o caso de Florianópolis (cesta de 710,53). A cesta mais barata foi em Aracaju (473,26 reais).

Reajuste do salário mínimo

Para 2022, o governo divulgou que o salário mínimo será reajustado em 10%, para 1.210 reais, diante das projeções maiores de inflação.

O salário mínimo é reajustado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com renda de 1 a 5 salários mínimos, além do crescimento do PIB de dois anos antes.

Os índices inflacionários têm tido altas recordes em 2022. O INPC até outubro (último dado divulgado) teve alta de 11,08% no acumulado em 12 meses, isto é, desde outubro de 2020. O índice é medido pelo IBGE.

Apesar do reajuste recorde no valor para 2022, o salário mínimo tende a ficar abaixo do aumento da inflação em itens essenciais, o que explica parte da discrepância com os valores básicos calculados pelo Dieese.

  • Em 12 meses, o grupo de "alimentação e bebidas" subiu quase 12% no INPC;
  • O grupo "combustíveis e energia" subiu 31%;
  • O gás de botijão subiu quase 38%;
  • A energia elétrica residencial subiu 29%.

Apesar das altas recorrentes vistas nos preços neste ano, até setembro, a previsão da equipe econômica era de que a alta anual do INPC fechasse em 8,4%. Em julho deste ano, a projeção era ainda mais otimista, de INPC na casa dos 5%, e salário mínimo a 1.147 reais em 2022.

Mas novo cálculo em novembro passou a projetar crescimento de 10,04% no INPC neste ano, o que levou o governo a aumentar novamente o valor previsto do salário mínimo.

Tenha em primeira mão as notícias mais importantes do Brasil e do mundo por somente R$ 0,37 por dia. Assine a EXAME.

Acompanhe tudo sobre:InflaçãoINPCSalário mínimo

Mais de Economia

Subsídios na China fazem vendas de eletrônicos crescer até 400% no ano novo lunar

Conta de luz não deve ter taxa extra em 2025 se previsão de chuvas se confirmar, diz Aneel

Após receber notificação da AGU, TikTok remove vídeo falso de Haddad

Governo pode perder até R$ 106 bi com renegociação de dívida dos estados, estima Tesouro Nacional