Economia

Reforma tributária: parecer mantém alíquota de 40% sobre carne bovina e de frango

Durante as discussões do texto na Câmara, os parlamentares levantaram a possibilidade de incluir as carnes e o sal na cesta básica com tratamento tributário especial, que teria alíquota zero

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 4 de julho de 2024 às 11h41.

Última atualização em 4 de julho de 2024 às 13h05.

Tudo sobreReforma tributária
Saiba mais

O Grupo de Trabalho para a Reforma Tributária apresentou nesta quinta-feira, 4, o relatório final para a regulamentação do projeto que simplifica o sistema tributário brasileiro. No parecer, os deputados mantiveram a taxação da carne bovina e de frango.

A carne bovina e a de frango continuam na cesta básica com cobrança de imposto parcial, com alíquota de 40%. É calculado pela equipe econômica que o IVA brasileiro será entre 25% e 27,5%.

Durante as discussões do texto na Câmara, os parlamentares levantaram a possibilidade de incluir as carnes e o sal na cesta básica com tratamento tributário especial, que teria alíquota zero. Para compensar essa isenção, sem aumentar a carga tributária, estudaram incluir carros elétricos e jogos de azar, virtuais ou físicos, no imposto seletivo.

Para ter validade, a proposta ainda precisa ser votada pelos deputados e senadores. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que a apreciação da matéria deve começar na próxima quarta-feira. Os deputados podem realizar alterações na matéria durante a tramitação no plenário.

Hoje, as proteínas animais são isentas de impostos federais, como IPI, PIS e Cofins. Uma parte dos estados cobra ICMS sobre os produtos.

Com a reforma, todos os tributos existentes serão substituídos pelo IBS e pela CBS, impostos sobre o valor agregado dos estados, municípios e da União, e a taxação não será cumulativa. Com isso, cada empresa pagará somente o valor de imposto que for devido na produção, obtendo crédito pelos insumos utilizados.

O que é a reforma tributária

O objetivo da reforma tributária é simplificar o sistema de impostos no Brasil. Mas, como o país tem uma dívida pública elevada, precisa manter gastos sociais – como em Saúde, Educação e transferência de renda – e retomar investimentos em obras de infraestrutura, não há espaço, na avaliação do governo e dos parlamentares, para reduzir a carga tributária brasileira.

O que vai mudar com a reforma tributária?

A emenda constitucional unifica impostos federais, estaduais e municipais, além de buscar a redução de custos para empresas. Além disso, o texto cria um sistema de cashback para as famílias de menor renda.

O texto propõe a substituição de dois tributos federais (PIS e Cofins) por uma Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), gerida pela União; e de outros dois tributos (ICMS e ISS) pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), gerido por estados e municípios. Já o IPI vai virar um imposto seletivo.

  • IPI, PIS e Cofins são impostos federais;
  • ICMS é estadual e o ISS é municipal.

Além disso, serão gerados créditos tributários ao longo da cadeia produtiva para não haver incidência em cascata, ou seja, imposto cobrado sobre imposto.

Durante o período de teste, os impostos terão a seguinte cobrança:

  • IVA federal terá alíquota de 0,9%
  • e o IVA estadual e municipal, de 0,1%

A reforma tributária vai diminuir ou aumentar os impostos?

A proposta aprovada tem por objetivo simplificar o sistema tributário e acabar com distorções para as empresas. A ideia é que não ocorra nem redução e nem aumento da carga tributária.

Acompanhe tudo sobre:Carnes e derivadosReforma tributária

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto