Economia

Pressionada pela inflação, Argentina aprova a emissão de cédulas de 2 mil pesos

Notas deverão entrar em circulação entre junho e julho. Ideia é otimizar a transferência de dinheiro

Argentina: em 2022, o país fechou com 95% de inflação (Marcos Brindicci/Reuters)

Argentina: em 2022, o país fechou com 95% de inflação (Marcos Brindicci/Reuters)

AO

Agência O Globo

Publicado em 3 de fevereiro de 2023 às 19h36.

Última atualização em 3 de fevereiro de 2023 às 19h47.

Com uma inflação que fechou em 95% no ano passado, uma das maiores do mundo, a Argentina vai emitir uma cédula de 2 mil pesos que equivalia a US$ 10,25 no câmbio oficial de quinta-feira, enquanto que no mercado "blue" representava US$ 5,3.

“Enquanto o processo de digitalização de pagamentos avança, esta cédula de maior valor melhorará a operação dos caixas eletrônicos e, ao mesmo tempo, otimizará a transferência de dinheiro”, disse o Banco Central em comunicado.

A cédula de 1 mil pesos, a de maior valor até agora, foi emitida pela primeira vez em dezembro de 2017. Naquele momento, seu valor equivalia a US$ 55,5.

Segundo o Banco Central, a nova cédula, que deve estar em circulação entre junho e julho, estampará a imagem dos médicos Cecilia Grierson e Ramón Carrillo, precursores no desenvolvimento da medicina na Argentina, assim como o edifício do Instituto Nacional de Microbiologia Doutor Carlos Malbrán.

A emissão de uma cédula de maior valor foi uma imposição da realidade, embora o BC tenha destacado somente a função comemorativa do "desenvolvimento da ciência e da medicina na Argentina", motivo pelo qual os médicos vão estampar a nova nota.

Pressão

A aprovação do diretório do Banco Central ocorreu depois de pressão para emissão de notas de maior valor. Há algumas semanas, a Federação de Comércio e Indústria da cidade de Buenos Aires (Fecoba) expressou sua "preocupação com a quantidade de cédulas circulando", ressaltando que o transporte gera gastos e situações de insegurança".

O pedido ao governo foi feito durante encontro dos representantes da federação, no qual manifestaram "a complexidade enfrentada pelo comércio na administração de um volume cada vez maior de cédulas".

Em 31 de janeiro, o próprio Banco Central informou que 7,994 bilhões de bilhetes circulavam pelo país. Desse total, 3,068 bilhões (38%) correspondiam a cédulas de 1.000, enquantro 1,33 bilhão eram de cédulas de 500 pesos.

As cédulas de menor valor (de 200 pesos para baixo) somam, em conjunto, 3,596 bilhões de unidades.

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