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Pneu que não fura: por que o CEO da Michelin não se empolgou com a novidade

Produtos que não usam ar são bem mais caros de produzir do que opções clássicas

Pneu sem ar: tecnologia é bem mais cara do que o modelo tradicional (Divulgação/Divulgação)
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 8 de setembro de 2023 às 13h49.

Última atualização em 8 de setembro de 2023 às 17h15.

A ideia de criar um pneu que não fura vem sendo testada nos últimos anos, mas o novo produto, apesar da comodidade de não deixar o motorista na mão, tem um questão: custará bem mais caro.

Trata-se de uma problema de gasto com matéria-prima: um pneu tem boa parte de seu interior ocupada por ar, que é um item gratuito. Já um pneu sem ar precisa ser forrado com mais borracha.

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"É muito mais caro construir esse tipo de pneu do que um normal, porque você precisa substituir o ar pelo que chamamos de raios, que fazem a função do ar, mas o ar é grátis. Então, a tecnologia estará disponível, mas para ser aplicada em casos que alguém esteja preparado para pagar o preço, porque será muito mais caro que um pneu clássico", avalia Florent Menegaux, CEO da Michelin, fabricante que faz pesquisas como o novo modelo.

A empresa já fez testes em Singapura e na França, em parceria com a empresa de logística DHL, para também pegar avaliações reais dos motoristas. No entanto, ainda não é possível cravar quão mais caro o novo modelo custará.

Menegaux avalia que o novo tipo de pneu poderá ser mais demandado nas cidades, em usos como entregas. E que a adoção de veículos autônomos pode acelerar a adoção da nova tecnologia, pois em um carro sem motorista, caberia ao passageiro ter de descer do carro e fazer a troca, ou parar a viagem e esperar por ajuda.

"Talvez eu esteja errado, mas não acho que vamos trocar os velhos pneus, que são muito úteis, por pneus sem ar", avalia o CEO. "Furar um pneu é sempre um pesadelo, mas não acontece com muita frequência. Quando você olha de modo estatístico, a probabilidade de ter um furo é muito pequena."

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