Economia

Namorados devem estar atentos para evitar endividamento

Na média, os presentes e serviços subiram 6,93% entre junho de 2015 e maio de 2016, enquanto a inflação medida pelo IPC da FGV ficou em 9,15%


	Dia dos Namorados: a orientação de André Braz é que os namorados fiquem atentos com o orçamento
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Dia dos Namorados: a orientação de André Braz é que os namorados fiquem atentos com o orçamento (Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2016 às 16h28.

Economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), André Braz afirmou hoje (10) que os produtos e serviços mais procurados para comemoração do Dia dos Namorados, no próximo domingo (12), ficaram abaixo da inflação média nos últimos 12 meses.

Mesmo assim, ele alertou os consumidores para os cuidados com o endividamento.

Na média, os presentes e serviços subiram 6,93% entre junho de 2015 e maio de 2016, enquanto a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da FGV ficou em 9,15% no mesmo período.

A orientação de André Braz é que os namorados fiquem atentos com o orçamento, “procurando coisas que, de fato, caibam no bolso. Não é para deixar de comemorar, mas fazer uma seleção melhor do que podem comprar”.

De acordo com levantamento do Ibre, alguns produtos e serviços subiram mais que a inflação. Destaque para teatro (alta de 24,90%), shows musicais (20,50%), bicicleta (13,30%), cinema (9,92%) e bares e lanchonetes (9,44%).

Equipamentos de fotografia e de filmagem e calçados femininos apresentaram queda nos preços de 2,10% e 0,18%, respectivamente.

O economista informou que, mesmo que a preferência seja por um item que não subiu tanto, como bens duráveis, a atenção deve ser redobrada, porque esses produtos têm valor elevado.

“Mesmo que não tenham avançado de preço em comparação a 2015, eles pedem um preparo do orçamento para o consumo”.

No caso de um aparelho telefônico celular, por exemplo, que subiu 7,01% em 12 meses, Braz disse que é bom o casal verificar se isso de fato cabe, “porque, às vezes, o namoro pode ser até mais curto do que as prestações assumidas para o pagamento do bem”.

O pesquisador destacou que não faltam aos casais de namorados brasileiros ideias para “driblar” essas situações.

“Não faltam por aí bares e restaurantes com preços mais modestos e mesmo presentes criativos que a própria pessoa pode fazer para que a data não passe em branco. Os mais afoitos precisam ter cuidado, porque a situação econômica não é a mesma dos últimos anos”.

Comércio

O comércio da cidade do Rio de Janeiro espera aumento nas vendas em torno de 2,5% para a data, conforme pesquisa Expectativa de Vendas para o Dia dos Namorados, realizada com 500 lojistas entre os dias 2 e 13 de maio pelo Centro de Estudos do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio). 

Para o presidente do CDL Rio, Aldo Gonçalves, o Dia dos Namorados é a terceira data comemorativa mais importante para o comércio, atrás do Natal e do Dia das Mães.

Ainda assim, o setor está preocupado com o cenário atual da economia. “Os lojistas estão fazendo a sua parte”, acrescentou Gonçalves.

Segundo ele, para estimular os consumidores as lojas estão facilitando o pagamento, fazendo promoções e dando descontos no total de compras. 

De acordo com a pesquisa, o preço médio dos presentes por pessoa deve ficar em torno de R$ 100,00. O parcelamento com cartão de crédito é a forma de pagamento mais utilizada pelos clientes.

Já a pesquisa nacional da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) e Instituto Ipsos entre os dias 29 de abril e 14 de maio, com 1,2 mil consumidores em 72 municípios brasileiros, indicou que o comércio deve movimentar R$ 3,6 bilhões em todo o país no Dia dos Namorados.

Os dados revelam que 29% dos brasileiros pretendem presentear alguém no Dia dos Namorados, o que corresponde a cerca de 45 milhões de pessoas no Brasil.

Apesar de a intenção de compra ter caído cinco pontos percentuais em relação a 2015, o valor médio (R$ 142,43) identificado para compra de presentes e comemorações na data subiu comparativamente ao ano passado (R$ 121,13).

Roupas permanecem liderando a intenção de presentes, com 30% do total.

Outro levantamento, da Confederação Nacional do Comércio (CNC), estimou que as vendas para os namorados este ano terão retração de 8,5% em termos reais, ou seja, descontada a inflação, embora o valor dos presentes indique crescimento médio de R$ 121 para R$ 142.

Isso se explica, segundo a CNC, porque o quantitativo de compradores diminuirá, fazendo com que o valor individual dos presentes comprados cresça.

Para o economista Gilberto Braga, do Ibmec/RJ, esse será o pior Dia dos Namorados para o setor de comércio brasileiro. Ele recomendou aos consumidores atenção com os gastos.

“É preciso ficar vigilante para não transformar a compra em mais uma dívida”. Braga sugeriu aos namorados que é mais interessante economizar nos presentes e deixar para comemorar a data mais adiante, em uma viagem romântica.

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