Economia

Maioria dos brasileiros cortam consumo de carne com inflação

O mais curioso: mais de 90% dos brasileiros dizem que não querem voltar a comer carne como antes

Argentina suspende exportação de carne por 30 dias (Hispanolistic/Getty Images)

Argentina suspende exportação de carne por 30 dias (Hispanolistic/Getty Images)

B

Bloomberg

Publicado em 13 de dezembro de 2022 às 12h34.

O consumo de carne no Brasil, maior exportador mundial de carne bovina e frango, caiu acentuadamente este ano com o aumento dos preços dos alimentos. O mais curioso: mais de 90% dos brasileiros dizem que não querem voltar a comer carne como antes.

Uma enquete do Good Food Institute (GFI) e da empresa de pesquisas Toluna mostrou que 67% dos brasileiros comeram menos proteína animal nos últimos 12 meses do que no ano anterior.

Receba as notícias mais relevantes do Brasil e do mundo na newsletter gratuita EXAME Desperta.

Embora a maioria tenha mencionado preços mais altos como o principal motivo para terem cortado o consumo, mais de um terço disse que a preocupação com a saúde é a principal motivação para uma mudança de hábitos mais duradoura.

O Brasil está entre grandes mercados de carne que reduziram o consumo em meio ao aumento de preços, provocados por custos mais altos de ração e logística, e por oferta doméstica menor diante da disparada de exportações para a Ásia. Preços mais altos também afetaram as vendas de carne bovina na Argentina e nos EUA, que junto com o Brasil são os maiores consumidores de carne vermelha.

Um em cada três brasileiros que estão reduzindo o consumo de carne adotou a carne à base de vegetais como substituto, ante 25% no ano anterior. Esses produtos são mais populares entre consumidores que cortaram a carne da dieta por questões de saúde, mas também são escolhidos por aqueles motivados pela inflação de alimentos, disse o GFI.

Apenas 7% dos brasileiros disseram que querem comer mais carne no ano que vem. No grupo que já compra menos proteína animal, 93% disseram que pretendem manter a dieta atual ou reduzir ainda mais a carne.

“Não há uma ansiedade imediato por aumentar o consumo de carne”, disse o instituto, mencionando uma perspectiva promissora para substitutos de carne à base de plantas no Brasil. “Quem restringe o consumo de carne embarca em uma jornada para cortá-la ainda mais.”

LEIA TAMBÉM: 

Acompanhe tudo sobre:Carnes e derivadosConsumoeconomia-brasileiraInflação

Mais de Economia

Galípolo volta a sinalizar juros altos por mais tempo e mercado já espera Selic em 13,25% em março

Boletim Focus: mercado eleva projeções da Selic para 2025 e 2026

Governo tentará avançar pacote fiscal na Câmara ainda nesta semana

Se inflação vier e levar esse dinheiro, não vai ter voto, diz Renato Meirelles sobre isenção do IR