Economia

Machismo trava setor de beleza masculina no país, diz Euromonitor

"A forte cultura machista é um grande desafio para a produtos de beleza masculina menos tradicionais" como aqueles voltados para a pele, diz consultoria

Homem e mulher passam cosmético no rosto em frente ao espelho (4774344sean/Thinkstock)

Homem e mulher passam cosmético no rosto em frente ao espelho (4774344sean/Thinkstock)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 12 de outubro de 2017 às 08h00.

Última atualização em 12 de outubro de 2017 às 08h00.

São Paulo - O Brasil responde por cerca de metade do valor das vendas de beleza e cuidado pessoal na América Latina.

Mas perdemos na conta per capita, com gasto médio de 140 dólares por ano por pessoa contra cerca de 150 dólares no Uruguai e quase 160 dólares no Chile.

Os dados são de uma apresentação feita no final de setembro por Elton Morimitsu, analista sênior da Euromonitor, e divulgada no blog da consultoria.

Mas o Brasil tem obstáculos próprios no setor de beleza masculino, onde entram itens que vão de fragrâncias e desodorantes a produtos para cuidado de pele e cabelo.

A América Latina é a região do mundo onde esse setor crescerá mais rapidamente nos próximos 5 anos, e isso após já ter registrado alta média de 12% ao ano entre 2011 e 2016.

Brasil, México e Argentina representam juntos 76% das vendas na América Latina, mas eles tem diferenças importantes entre si.

O Brasil se destaca no segmento de perfumes masculinos, que respondem por 60% das vendas por aqui, algo que a consultoria atribui à tradição de dar este presente em datas como Natal e Dia dos Pais.

Mas "a forte cultura machista do país é um grande desafio para a venda de produtos de beleza masculina menos tradicionais, como aqueles voltados ao cuidado com a pele", diz o texto.

É diferente da situação no México, por exemplo, o líder regional na proporção desse tipo de produto dentro do setor e que vê o maior crescimento latino-americano na área.

Outro contraste é com a Argentina, onde as vendas de cosméticos masculinos crescem movidas pela vontade de melhorar aparência e por "uma demanda do mercado de trabalho por profissionais que aparentam maior juventude", diz o texto de Elton.

Seu relatório aponta também que os homens brasileiros são muito engajados com atividades esportivas, principalmente o futebol, e também reconhecem muito atores de novela, o que abre espaço para que estes dois tipos de celebridade tenham grande influência nesta área.

 

Acompanhe tudo sobre:BelezaCosméticoshigiene-pessoal-e-belezaindustria-de-cosmeticosMachismoPerfumarias

Mais de Economia

Planalto quer que Haddad explique corte de gastos em pronunciamento em rádio e TV

Para investidor estrangeiro, "barulho local" sobre a economia contamina preços e expectativas

Qual estado melhor devolve à sociedade os impostos arrecadados? Estudo exclusivo responde

IPCA-15 de novembro sobe 0,62%; inflação acumulada de 12 meses acelera para 4,77%