Economia

Lula afirma que BNDES e bancos públicos voltarão a fazer empréstimos para promover crescimento

Em seu último pronunciamento na viagem que faz à Europa, ele afirmou que não há problema em fazer dívida, se for para construir ativos novos

Se tiver de fazer dívida, vamos fazer dívida", afirmou Lula, acrescentando que não "podemos é fazer dívida para pagar dívida" (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Se tiver de fazer dívida, vamos fazer dívida", afirmou Lula, acrescentando que não "podemos é fazer dívida para pagar dívida" (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 26 de abril de 2023 às 13h20.

Última atualização em 26 de abril de 2023 às 14h42.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os bancos públicos brasileiros vão voltar a fazer empréstimos para promover o crescimento. Em seu último pronunciamento na viagem que faz à Europa, ele afirmou que não há problema em fazer dívida, se for para construir ativos novos.

"Se tiver que fazer dívida, vamos fazer dívida", afirmou Lula, acrescentando que não "podemos é fazer dívida para pagar dívida".

Lula reafirmou ainda, como já havia dito no Brasil e em Portugal, que não vai vender empresas estatais e disse que quer parcerias com os empresários. "Precisamos convencer os empresários brasileiros a fazer investimento na Espanha e convencer os empresários espanhóis a fazer parcerias, a investir no Brasil. Nós não vamos mais privatizar nenhuma empresa. Não vamos vender patrimônio público para pagar dívida", afirmou.

O presidente disse ainda que sem dinheiro e sem crédito a economia não cresce.

Acordo Mercosul-União Europeia

Lula disse ainda que, se fosse fácil fechar o acordo Mercosul com a União Europeia, isso "já teria sido feito". Ele lembrou que o desfecho para essa negociação já esteve perto muitas vezes e citou vários momentos em seus governos passados onde isso ocorreu.

"O acordo mexe com os interesses da sociedade", justificou Lula.

Segundo o presidente brasileiro, o acerto feito pelo governo Bolsonaro é inaceitável porque impõe punição. "A proposta é inaceitável porque impõe punição e não podemos aceitar", disse Lula, acrescentando que tem interesse em assinar o documento.

A Espanha vai presidir a União Europeia no segundo semestre deste ano em substituição à Suécia e, na percepção do presidente da República, isso aumenta a chance de sucesso.

"Tenho interesse em fechar, mas todos têm de estar de acordo e tem de todo mundo ganhar. No ganha-ganha é que podemos fazer um bom acordo", disse Lula.

Banco dos Brics

No mesmo pronunciamento, feito após conversa com o presidente de governo espanhol, Lula afirmou que gostaria que o banco dos Brics "se transforme num grande banco de investimento, se possível maior que o Banco Mundial".

"Sem dinheiro, sem crédito, a economia não cresce", disse o presidente brasileiro, acrescentando que "ou o Estado ou os empresários têm de colocar dinheiro". "Se o Estado não pode colocar e os empresários não têm, os bancos têm de oferecer. Se os bancos privados não querem, os bancos públicos que ofereçam. No Brasil temos quatro bancos públicos importantes", disse, citando BNDES, Banco do Brasil, Caixa, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia.

Lula também voltou a defender a criação de uma moeda comum para os países do Mercosul e outra para os membros dos Brics. "Como o euro", comparou.

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