Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 11 de fevereiro de 2025 às 09h03.
Última atualização em 11 de fevereiro de 2025 às 09h13.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), que é o indicador oficial da inflação no Brasil, fechou o mês de janeiro com alta de 0,16%, desaceleração de 0,36 ponto percentual em comparação ao índice de 0,52% registrado em dezembro. Essa é a menor taxa para janeiro desde 1994.
O IPCA acumula alta de 4,56% nos últimos 12 meses, valor inferior aos 4,87% observados no período anterior. Em janeiro de 2024, a variação foi de 0,42%.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio levemente acima da expectativa do mercado financeiro, que esperava uma alta de 0,14% no mês e um avanço de 4,57% no acumulado de 12 meses.
A desaceleração foi puxada pela queda de 14,21% nos preços do subitem energia elétrica residencial, com impacto negativo de 0,55 ponto percentual. Fernando Gonçalves, gerente do IPCA, explica que “essa queda foi decorrência da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas em janeiro”.
A energia elétrica residencial integra o grupo da Habitação, que registrou queda de 3,08% com impacto de -0,46 p.p. sobre o IPCA de janeiro.
O preço dos alimentos e bebidas teve seu quinto aumento consecutivo, com alta de 0,96% no mês e impacto de 0,21 p.p.
A alimentação no domicílio registrou alta de 1,07% em janeiro , pressionada pelo aumento da cenoura (36,14%), do tomate (20,27%) e do café moído (8,56%). Em contrapartida, os preços da batata-inglesa (-9,12%) e do leite longa vida (-1,53%) recuaram.
A alimentação fora do domicílio desacelerou, passando de 1,19% em dezembro para 0,67% em janeiro . Tanto o lanche (0,94%) quanto a refeição (0,58%) tiveram variações menores do que no mês anterior, quando subiram 0,96% e 1,42%, respectivamente.
Grupo | Variação (%) | Impacto (p.p.) | ||
---|---|---|---|---|
Dezembro | Janeiro | Dezembro | Janeiro | |
Índice Geral | 0,52 | 0,16 | 0,52 | 0,16 |
Alimentação e bebidas | 1,18 | 0,96 | 0,25 | 0,21 |
Habitação | -0,56 | -3,08 | -0,08 | -0,46 |
Artigos de residência | 0,65 | -0,09 | 0,02 | 0,00 |
Vestuário | 1,14 | -0,14 | 0,05 | -0,01 |
Transportes | 0,67 | 1,30 | 0,14 | 0,27 |
Saúde e cuidados pessoais | 0,38 | 0,70 | 0,05 | 0,09 |
Despesas pessoais | 0,62 | 0,51 | 0,06 | 0,05 |
Educação | 0,11 | 0,26 | 0,01 | 0,02 |
Comunicação | 0,37 | -0,17 | 0,02 | -0,01 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços |
Entre as 16 localidades onde o IBGE acompanha semanalmente os preços, a maior variação no IPCA de janeiro foi registrada em Aracaju (0,59%), impulsionada pelo aumento de 13,65% nas passagens aéreas . Já a menor variação ocorreu em Rio Branco (-0,34%), reflexo da queda de 16,60% na energia elétrica residencial .
No total, cinco das 16 localidades tiveram variação negativa no índice de preços: Goiânia (-0,03%), Porto Alegre (-0,03%), São Luís (-0,08%), Curitiba (-0,09%) e Rio Branco (-0,34%).
Região | Peso Regional (%) | Variação (%) | Variação Acumulada (%) | |
---|---|---|---|---|
Dezembro | Janeiro | Ano | ||
Aracaju | 1,03 | 0,67 | 0,59 | 4,67 |
Brasília | 4,06 | 0,26 | 0,56 | 4,89 |
Belo Horizonte | 9,69 | 0,25 | 0,43 | 5,26 |
Salvador | 5,99 | 0,89 | 0,38 | 4,93 |
Vitória | 1,86 | 0,52 | 0,35 | 4,24 |
Belém | 3,94 | 0,63 | 0,22 | 4,15 |
São Paulo | 32,28 | 0,52 | 0,15 | 4,91 |
Recife | 3,92 | 0,34 | 0,12 | 3,83 |
Fortaleza | 3,23 | 0,65 | 0,11 | 4,32 |
Rio de Janeiro | 9,43 | 0,58 | 0,06 | 4,30 |
Campo Grande | 1,57 | 0,43 | 0,04 | 4,60 |
Goiânia | 4,17 | 0,80 | -0,03 | 4,61 |
Porto Alegre | 8,61 | 0,50 | -0,03 | 3,41 |
São Luís | 1,62 | 0,71 | -0,08 | 5,31 |
Curitiba | 8,09 | 0,46 | -0,09 | 3,94 |
Rio Branco | 0,51 | 0,53 | -0,34 | 3,89 |
Brasil | 100,00 | 0,52 | 0,16 | 4,56 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços |
O cálculo do IPCA envolve várias etapas e considerações importantes. Vamos entender como isso é feito:
O IPCA é calculado com base em uma amostra de produtos e serviços que representam os gastos das famílias brasileiras. Essa amostra é composta por cerca de 400 itens, que incluem alimentos, bebidas, habitação, transporte, saúde, educação, entre outros. A seleção dos itens é feita com base em pesquisas de orçamento familiar e em dados de consumo das famílias.
Para calcular o IPCA acumulado, o IBGE realiza uma pesquisa de preços em estabelecimentos comerciais de todo o país. Essa pesquisa é realizada mensalmente e envolve cerca de 30 mil estabelecimentos, incluindo supermercados, lojas de departamento, postos de combustível, entre outros. Os preços dos produtos e serviços são coletados e comparados com os preços do mês anterior.
Os itens da amostra do IPCA são ponderados de acordo com a sua participação nos gastos das famílias brasileiras. Itens que representam uma parcela maior dos gastos têm um peso maior no cálculo do IPCA. Essa ponderação é feita com base em dados de orçamento familiar e em pesquisas de consumo.
O IPCA é calculado a partir da variação dos preços dos produtos e serviços da amostra. Essa variação é medida em relação ao mês anterior e é ponderada de acordo com a participação de cada item nos gastos das famílias. O resultado é um índice que reflete a variação média.
O IPCA acumulado é um indicador que mede a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços ao longo de um determinado período. Ele é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e é considerado o índice oficial de inflação no Brasil. O IPCA acumulado é utilizado para monitorar a inflação e é divulgado mensalmente.
A sigla IPCA significa Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Ele é um indicador que mede a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras com renda mensal entre um e 40 salários mínimos. O IPCA é calculado pelo IBGE e é considerado o índice oficial de inflação no Brasil. Ele é utilizado para monitorar a inflação e é divulgado mensalmente.
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