IPCA-15: prévia da inflação tem deflação de 0,07% em julho
O resultado ficou levemente abaixo das estimativas dos analistas do mercado financeiro, que esperava queda 0,01%. No ano, há alta acumulada de 3,09% e, em 12 meses, de 3,19%
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 25 de julho de 2023 às 09h06.
Última atualização em 25 de julho de 2023 às 09h31.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 ( IPCA-15 ) registrou deflação de 0,07% em julho, após alta de 0,04% no mês anterior. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta terça-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ficou levemente abaixo das estimativas dos analistas do mercado financeiro, que esperava queda 0,01%. No ano, há alta acumulada de 3,09% e, em 12 meses, de 3,19%. O resultado dá munição para o governo pressionar o Banco Central por um corte de 0,50 ponto percentual da Selic.
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A equipe do presidente do BC, Roberto Campos Neto, estimou na último Relatório Trimestral de Inflação (RTI) que o IPCA deveria registrar alta de 0,29% em julho. Esse resultado considera uma queda 0,25 ponto percentual da Selic, com base nas declarações de Campos Neto e dos demais membros do Copom.
Por que o IPCA-15 registrou deflação?
O principal impacto negativo para o resultado de julho veio da retração nos preços da energia elétrica residencial, com queda de 3,45%, após a incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas de julho.
Além da energia elétrica residencial, a redução nos preços do botijão de gás, de 2,10%, também influenciou a retração do grupo Habitação (-0,94%), um dos que mais impactaram o índice geral.
Já a taxa de água de esgoto (0,20%) está entre os itens que subiram. A alta foi consequência dos reajustes realizados em três áreas: de 8,33% em Belém (3,18%), a partir de 28 de maio; de 3,45% em uma das concessionárias em Porto Alegre (0,77%), a partir de 1º de julho; e de 8,20% em Curitiba (0,25%), a partir de 17 de maio.
O que é IPCA?
Realizada através do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA é um índice de inflação cujo objetivo é medir a variação dos preços de uma cesta de bens e serviços ao consumidor final, ou seja, medir o poder de compra da população em geral mês a mês
Calcular o aumento ou diminuição percentual na proporção experimentada entre duas datas dadas só é possível através do IPCA acumulado.
Assim, por exemplo, se um indivíduo calculasse uma taxa de acumulação de 12 meses, bastaria comparar o índice do mês atual com o índice do mesmo mês do ano anterior e a variação percentual estimada.
Em outras palavras, o IPCA acumulado representa a soma de todos os IPCAs mensais realizados durante um determinado período.
Do que o IPCA é composto e como se mede a inflação?
O IPCA é calculado pelo IBGE com base em uma cesta de produtos e serviços que, por meio de pesquisas e outras informações, se sabe que um brasileiro típico consume. O IPCA, assim, tenta apontar "a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de 1 e 40 salários mínimos", segundo o IBGE. O índice é dividido em nove grupos:
- Alimentação e bebidas
- Habitação
- Artigos de residência
- Vestuário
- Transportes
- Saúde e cuidados pessoais
- Despesas pessoais
- Educação
- Comunicação
Cada grupo tem dezenas ou até centenas de itens cujos preços são monitorados para calcular o valor final do IPCA. Além disso, os itens têm pesos diferentes no cálculo do índice. As passagens aéreas, por exemplo, têm peso menor do que o transporte público, por serem usadas por uma fatia menor da população ou com menos frequência.