Um chefe de Estado brasileiro não é convidado para o G7 desde 2009 (Diogo Zacarias/ Ministério da Fazenda/Flickr)
Agência de notícias
Publicado em 9 de maio de 2023 às 08h33.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, embarcou na noite desta segunda-feira para o Japão, onde vai participar de uma reunião do G7, o grupo formado pelas seis maiores economias ocidentais (Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Reino Unido e Itália) e o Japão. A China, segunda maior economia do planeta, não faz parte do G7.
Haddad vai participar como convidado da reunião dos ministros da área de finanças do G7 mas não será o único representante de países emergentes. Também estarão no encontro os ministros de Índia e Indonésia.
A reunião antecede o encontro dos líderes dos países-membros do clube dos ricos marcado para o próximo dia 19, também no Japão, que contará com a presença do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
Um chefe de Estado brasileiro não é convidado para o G7 desde 2009, quando o próprio Lula era presidente e o mundo atravessava a crise financeira global desencadeada pela quebra do banco Lehman Brothers, nos EUA, no ano anterior.
Além do presidente do Brasil, o governo do Japão convidou líderes de outros países para a reunião: Austrália, Índia, Indonésia, Coreia do Sul, Vietnã, Comores e Ilhas Cook.
A participação de Haddad na reunião que antecede a dos chefes de Estado é a primeira de um ministro brasileiro nesse grupo. Devido à longa distância e ao fuso horário, Haddad só deve desembarcar em Tóquio na quarta-feira à tarde. Na quinta, ele segue da capital japonesa para Niigata, onde acontecerá a reunião.
No mesmo dia, ele terá um encontro reservado com a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, que lidera a maior economia do mundo. Segundo o Ministério da Fazenda do Brasil, um dos assuntos que eles vão tratar é o de uma possível reforma do Banco Mundial, organização multilateral voltada para o financiamento de projetos de desenvolvimento no mundo.
Haddad também deverá discutir com ela a conjuntura atual do sistema financeiro mundial, abalada após as dificuldades de bancos regionais americanos como o Silicon Valley
Na sexta-feira, Haddad vai se reunir com o economista Joseph Stiglitz, vencedor do Nobel de Economia em 2001, que esteve recentemente no Brasil para participar de um seminário do BNDES sobre contas públicas.
O ministro brasileiro também terá um encontro bilateral com a ministra da Economia da Índia, Nirmala Sitharaman, que também participará da reunião como convidada. Brasil e Índia são integrantes dos grupos Brics e G20. Haddad também deve se encontrar reservadamente com o ministro de Finanças do Japão, Yasutoshi Nishimura.
Segundo a pasta de Haddad, haverá na reunião de ministros das maiores economias do planeta um painel para discutir especificamente a situação macroeconômica de nações emergentes. Nesta reunião, ele pretende apresentar o seu plano para aprovar um novo arcabouço fiscal para substituir o teto de gastos e a reforma tributária no Brasil.
Haddad retorna ao Brasil no sábado, e sua chegada em São Paulo está prevista para a manhã de domingo