"Não podemos prescindir de uma negociação bilateral com os Estados Unidos", disse Haddad (Ton Molina/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 18 de setembro de 2023 às 06h53.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o encontro entre o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que acontece nesta semana, é uma agenda que precisa ser muito bem trabalhada.
Para ele, a reunião pode ensejar na direção de buscar entendimento em uma relação bilateral entre os Países diferente da que aconteceu nos últimos anos.
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"Não podemos prescindir de uma negociação bilateral com os Estados Unidos", disse Haddad. "Precisamos, efetivamente, ser considerado do ponto de vista estratégico para os Estados Unidos um local de investimento. Não tem cabimento Brasil com pesos especifico que tem na América do Sul, com a importância que tem não ser visto pelos Estados Unidos como parceiro estratégico."
Durante a entrevista ao programa Canal Livre, transmitido pela BandNews TV neste domingo, o ministro ressaltou ainda o acordo com a União Europeia, que, para ele, tem importância estratégica além do que tem se falado.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o País vive um momento que exige "cuidado" em relação a vigilância nos gastos, ao que se aprova no Congresso e o que se decide no Judiciário. "Tem muita coisa para olhar. Mas, penso assim, se a gente perseverar nesse caminho, nós vamos colher os frutos dessa política fiscalmente sustentável. O juro vai cair e os empresários estão ávidos para investir no Brasil até pelas nossas vantagens competitivas nesse momento geopolítico mundial ", disse.
Em entrevista ao programa Canal Livre, transmitido pela BandNews TV neste domingo, 17, o ministro afirmou que a agenda econômica do primeiro semestre deste ano foi 100% cumprida.
Segundo ele, o governo conseguiu persuadir com bons argumentos na negociação que tínhamos pontos importantes e afirmou ver o mesmo cenário para o segundo semestre, que será também desafiador, em sua avaliação. "Agora nós temos a agenda do segundo semestre, que imagino que será 100% cumprida. Com negociação, evidentemente que com negociação. Governo manda sua proposta e sabe que tem 513 deputados, cada um com seu entendimento, 81 senadores, cada um com seu entendimento. Regra democrática, está tudo bem."
O ministro da Fazenda afirmou ainda que o Congresso Nacional está sensível e que todos estão vendo que o Brasil está diante de oportunidade de crescimento. "O Congresso está sensível. Há uma sensibilidade de que nós temos que cuidar. Temos uma herança que temos que cuidar", disse. "E todo mundo está vendo que estamos diante de uma oportunidade."
Durante a entrevista ao Canal Livre, ele afirmou que tem procurado cumprir, na velocidade necessária, o cronograma de entrega para o resultado que pretende atingir o mais rápido possível. Mas, fez uma ressalva de que há uma série de atores envolvidos nas discussões.
O ministro citou a aprovação nesta semana incorporar 50 mil servidores na folha do governo sem analisar impacto. "Isso vai passar pela Câmara? Não vai? Essa é a reforma administrativa que a gente pretende? Provavelmente, não. Cada Poder tem seu protagonismo."
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil está harmonizando política fiscal e monetária. Em entrevista ao Canal Livre, transmitida pela BandNews TV no período da noite deste domingo, 17, o ministro afirmou que a equipe econômica está construindo um modelo sustentável para o futuro próximo.
"A Fazenda está fazendo seu trabalho de buscar novas fontes de receitas, de quem não paga imposto, cortando onde dava. A questão da política monetária fazendo sua parte, reconhecendo a queda da inflação e promovendo cortes devidos, tendo como horizonte equilíbrio das contas e juros que convide investimento. Penso que estamos construindo modelo sustentável para futuro próximo", disse Haddad.
O ministro da Fazenda afirmou também que acredita que já está acontecendo um movimento de investidores no País. Um dos motivos para isso, segundo o ministro, é o início do corte na taxa de juros. Para ele, a confiança na relação dos empresários com governo voltou.
"O mercado de capitais está voltando. Se conversar com qualquer banqueira que opera no mercado de capitais, vai dizer que começamos a voltar", disse Haddad.
Ao falar sobre o tema, o ministro citou o "baque" do caso da Americanas que, segundo ele, é uma questão macroeconômica, que abalou muito o mercado de crédito no início deste ano.
Haddad afirmou, contudo, que foi muito importante que o caso ficou restrito e contido à empresa, para evitar um "contágio", mas reconheceu que foi um "abalo considerável". "Os juros estavam, estão em um patamar muito elevado, tivemos o primeiro corte, mas com choque das Americanas nós imaginávamos que era o caso de começar a cortar um pouco antes, até porque inflação já estava demonstrando marcha resiliência, estamos começando a cair. Mas, enfim, começou o ciclo de cortes, está bem, vamos perseverar."