Governo fecha acordo para votar reforma da Previdência na CCJ, diz líder
Segundo Major Vitor Hugo (PSL-GO), proposta vai acatar pedido dos partidos do Centrão de retirar quatro pontos da proposta
Reuters
Publicado em 23 de abril de 2019 às 13h33.
Última atualização em 23 de abril de 2019 às 14h34.
Brasília — Governo e partidos do centrão fecharam acordo para votar a admissibilidade da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara nesta terça-feira.
Ao lado do líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), o relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma na CCJ, Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG), afirmou que apresentará uma complementação de voto pela admissibilidade da matéria contemplando mudanças pedidas pelos partidos.
"Foi fechado um acordo agora para que haja uma evolução em relação à PEC da Previdência, que é uma mudança que o país está esperando para que nós consigamos avançar numa pauta importante para todo o Brasil, que é a construção de uma Previdência sustentável", disse Vitor Hugo.
"O primeiro passo vai ser dado hoje com a aprovação da admissibilidade na CCJ", avaliou.
Freitas, por sua vez, comemorou o desfecho das negociações que ocorrem nos últimos dias para a modificação do texto --na quarta-feira passada, líderes do centrão alertaram o governo para o risco de uma derrota na CCJ e apresentaram pontos a serem negociados no parecer do relator.
"Hoje realmente houve um fechamento de acordo, com os partidos aliados em busca de algo bom, de algo positivo para o Brasil", disse o relator a jornalistas.
"Dessa maneira, a gente compreende que esses pontos apresentados pelos partidos aliados podem realmente ser acolhidos por esse relator", afirmou Freitas. "Serão acolhidos na Comissão de Constituição e Justiça os quatro pontos que foram inicialmente abordados."
Os pontos mencionados pelo relator estão a retirada do trecho que elimina o pagamento de multa do FGTS a aposentados, a saída do estabelecimento da Justiça Federal do Distrito Federal como foro para julgar contestações à reforma, a retirada de uma brecha para que a idade máxima para aposentadoria compulsória de servidores públicos fosse definida por lei complementar e a saída da exclusividade do Poder Executivo para propor mudanças nas regras previdenciárias.
Segundo Freitas, a apresentação da complementação de voto não abre brecha para um pedido de vista ou para uma nova fase de discussão, já encerrada na semana passada.
Mesmo assim, a oposição promete trabalhar para postergar a votação da admissibilidade da proposta até que o governo apresente os números que embasaram a sua proposta.
A líder da Minoria, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), avisou que trabalha na coleta de assinaturas para apresentar um requerimento que susta a tramitação da PEC por 20 dias. Reconhece, ainda, que o acordo com centrão pode levar a atropelos na comissão.