Economia

Geraldo Alckmin nega oposição ao Banco Central, mas critica decisão sobre Selic

Geraldo Alckmin afirma não haver oposição direta do governo, mas expressa dificuldade em compreender a decisão do Copom de manter a taxa Selic em 13,75%

 (Diogo Zacarias/ Palácio do Planalto/Flickr)

(Diogo Zacarias/ Palácio do Planalto/Flickr)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 22 de junho de 2023 às 21h24.

O presidente em exercício Geraldo Alckmin negou que haja uma oposição direta do governo contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o Comitê de Política Monetária (Copom), após a decisão pela manutenção da Selic em 13,75%. Em sua visão, contudo, é difícil entender a decisão da instituição monetária.

"É importante destacarmos que não há oposição do governo ao BC nem ao Copom", declarou Alckmin, em coletiva de imprensa a jornalistas nesta quinta-feira, 21. "Mas a crítica é importante" acrescentou, justificando que qualquer instituição pública pode ser criticada.

Manutenção da Selic 'apresenta impacto fiscal'

De acordo com Alckmin, a manutenção da taxa Selic não prejudica apenas a atividade econômica, na medida que inibe investimento e dificulta o comércio, mas também apresenta impacto fiscal.

"Não há nada pior para questão fiscal do que uma Selic desnecessariamente elevada", declarou. O problema, na visão de Alckmin, é manter por muito tempo a taxa elevada. "Fica difícil de entender (decisão do Copom)", emendou.

Relação com o Banco Central

Questionado sobre uma politização de Campos Neto, indicado pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, Alckmin se esquivou a responder. "É difícil penetrar na consciência das pessoas, eu não vou fazer, mas vou mostrar fatos: o mesmo Banco Central em 2020, com inflação de 4%, tinha 2% de taxa Selic, hoje temos quase 14%".

Sobre um possível apoio do governo pelo convite a Campos Neto para prestar esclarecimentos ao Senado, o presidente em exercício disse que o objetivo das críticas feitas "não é esse ".

Alckmin também foi questionado sobre uma possível prorrogação do programa de automóveis. O presidente em exercício também se esquivou a responder e disse que o programa está "indo muito bem" e apresentando uma procura enorme.

Acompanhe tudo sobre:Geraldo AlckminCopomSelicBanco Central

Mais de Economia

‘Se você pretende ser ‘miss simpatia’, seu lugar não é o Banco Central’, diz Galípolo

Rui Costa fala em dialogar com o mercado após dólar disparar: 'O que se cobrava foi 100% atendido'

Lula chama corte gastos de 'medida extraordinária': 'Temos que cumprir o arcabouço fiscal'