Economia

Fitch prevê ajuste gradual e obstáculos na economia

Os ministros terão de enfrentar diversos obstáculos, afirmou a diretora de ratings soberanos para a América Latina


	Sede da Fitch Ratings: "nenhuma medida foi anunciada ainda para podermos avaliar a viabilidade desses objetivos."
 (Brendan McDermid/Reuters)

Sede da Fitch Ratings: "nenhuma medida foi anunciada ainda para podermos avaliar a viabilidade desses objetivos." (Brendan McDermid/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2014 às 07h45.

São Paulo - A nomeação da nova equipe econômica do governo Dilma Rousseff sugere um ajuste gradual na economia, mas os ministros terão de enfrentar diversos obstáculos, afirmou a diretora de ratings soberanos (de dívidas públicas) para a América Latina da agência de classificação de risco de crédito Fitch, Shelly Shetty, em entrevista exclusiva ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

"A nova equipe econômica tem assinalado sua intenção de reconquistar credibilidade e seguir um caminho de ajuste fiscal gradual, visando a estabilizar a forte carga da dívida do governo", diz Shelly.

"Nenhuma medida foi anunciada ainda para podermos avaliar a viabilidade desses objetivos."

Ajuste moderado

De acordo com ela, o sucesso do novo plano para estabilizar e depois reduzir a dívida do governo também vai depender do ritmo de recuperação da atividade econômica.

"No geral, o ajuste fiscal parece ser de tamanho moderado, e ainda precisa ser comprovado se isso será suficiente para reconquistar a confiança dos investidores, que é necessária para reativar o crescimento", acrescenta Shelly.

Na semana passada, o Palácio do Planalto confirmou a indicação de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa para o Planejamento e a manutenção de Alexandre Tombini no Banco Central (BC).

Em seu discurso inaugural, Levy disse que a meta de superávit das contas públicas deve ser de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano e "não menos de 2%" em 2016 e 2017.

Nota

A última decisão da Fitch sobre a condição da economia brasileira foi feita em julho, quando a agência manteve o rating BBB, com perspectiva estável.

Em outubro, Shelly havia dito em relatório que os ajustes pós-eleição no País seriam essenciais para o futuro da nota soberana brasileira.

"A próxima administração vai herdar uma economia que enfrenta múltiplos desafios em termos de baixo crescimento, elevada inflação e deterioração do desempenho fiscal. Por isso, ajustes nas políticas econômicas serão essenciais para determinar a trajetória futura das perspectivas e dos ratings soberanos do Brasil", comentou a diretora na ocasião.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Agências de ratingDilma RousseffEmpresasFitchPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Economia

Tebet espera que Congresso aprove pacote fiscal ainda em 2024

Governo deve enviar PEC do corte de gastos ao Congresso, mas ainda discute Previdência dos militares

Itamaraty diz que política econômica de Milei reduziu exportações no Mercosul

PIB do 3º trimestre deve vir forte apesar de desaceleração; veja o que esperar