Economia

Em meio à tensão no Irã, acordo entre China e EUA deve sair

Primeira fase deve ser assinada nesta semana, o que impulsionou bolsas na Ásia. A assinatura ocorrerá após China repudiar ataque americano ao Irã

EUA e China: para Trump, acordo que deve ser assinado na quarta-feira é o maior da história (Hyungwon Kang/Reuters)

EUA e China: para Trump, acordo que deve ser assinado na quarta-feira é o maior da história (Hyungwon Kang/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2020 às 05h41.

Última atualização em 13 de janeiro de 2020 às 06h12.

A tensão entre China e Estados Unidos deve arrefecer esta semana. O vice-primeiro ministro da China, Liu He, estará em Washington entre hoje e quarta-feira para se encontrar com o presidente americano Donald Trump e assinar a primeira fase do acordo comercial entre os dois países. O provável acordo levou as bolsas asiáticas a bater nesta segunda-feira o maior valor em 19 meses.

Apesar do clima amistoso (Trump disse que “é o maior contrato já assinado na história”), o acordo acontece em meio às tensões no Irã. No início de janeiro, a China condenou o “ato militar aventureiro” americano que matou o general Qasem Soleimani.

Mesmo após as sanções americanas ao país no ano passado, a China se manteve como compradora de petróleo iraniano. O partido comunista chinês também demonstrou interesse em cooperar no programa nuclear do Irã, assim como em investir bilhões de dólares em projetos nas áreas de óleo e gás.

Porém, os ânimos devem se manter calmos em Washington nos próximos dias, ainda mais após a admissão do governo iraniano de que o avião da Ukranian Airlines foi abatido acidentalmente por um míssil do país. O presidente Trump também disse que os Estados Unidos querem paz, ainda que tenha anunciado mais sanções ao Irã. Em Teerã, por sua vez, uma onda de protestos contra o governo marcou o fim de semana, jogando nova leva de incertezas sobre a reação do regime.

Se nada sair do script, o acordo entre China e Estados Unidos será assinado na quarta-feira na Casa Branca. Para sacramentar essa primeira etapa de negociações, a China aceitou elevar as compras de produtos americanos em 200 bilhões de dólares. Somente em produtos agrícolas dos Estados Unidos, a conta dos chineses deve subir 50 bilhões de dólares. Além disso, o país se comprometeu a abrir o seu setor financeiro e também a não desvalorizar a sua moeda artificialmente para ajudar os exportadores locais.

Os Estados Unidos, por sua vez, irão cancelar novas tarifas no valor de 156 bilhões de dólares em importações da China e também cortarão pela metade o imposto de 15% sobre 120 bilhões de dólares em produtos chineses. Essa última tarifa tinha sido imposta no início de setembro.

A fase dois do acordo deve ficar para depois das eleições americanas, que serão realizadas em novembro. Porém, 2020 já está mostrando que muita coisa pode mudar em apenas treze dias – imagine, então, em onze meses.

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