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Campos Neto: medidas arrecadatórias não podem causar "erosão da base tributária"

Presidente do BC ressalta cuidado necessário para que a cobrança de novos impostos não implique sonegação ou redução do número de pagantes

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central | Foto: Adriano Machado/Reuters (Adriano Machado/Reuters)
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 26 de agosto de 2023 às 14h01.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou neste sábado, 26, que as propostas do governo para aumentar a arrecadação e zerar o déficit público não podem criar uma" erosão de base tributária". Segundo ele, deve haver cuidado para que a cobrança de novos impostos não implique sonegação ou redução do número de pessoas e empresas que fazem o pagamento.

“Algumas medidas de arrecadação provocam a erosão de base. Há a cobrança do imposto e a base tributária diminui. As medidas precisam perpetuar a cobrança com eficiência, sem gerar má alocação de recursos”, disse, durante palestra no Fórum Esfera 2023.

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Desancoragem gêmea

Campos Neto também alertou que a arrecadação corrente tem sido menor do que a esperada, o que traz mais pressão para o governo cumprir as metas de primário apresentadas no arcabouço fiscal.

“Temos uma desancoragem gêmea. A inflação esperada para o futuro não está na meta. Está um pouco acima da meta. Além disso, o mercado não espera que o governo cumpra o resultado fiscal. Se a gente tem uma convergência fiscal também teremos uma convergência no monetário. Isso faz com que os juros caiam de forma consistente e fiquem mais baixos por mais tempo”, afirmou.

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