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Câmara adia votação do pacote de corte de gastos após impasse com STF por emendas

Parlamentares que participaram da reunião de líderes afirmaram que havia resistência em dar andamento aos projetos pela interferência de Dino

Votação do pacote de corte de gastos da Câmara é adiada devido a impasse com STF sobre emendas (MyKe Sena/Câmara dos Deputados Fonte: Agência Câmara de Notícias/Flickr)

Votação do pacote de corte de gastos da Câmara é adiada devido a impasse com STF sobre emendas (MyKe Sena/Câmara dos Deputados Fonte: Agência Câmara de Notícias/Flickr)

Agência o Globo
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Publicado em 3 de dezembro de 2024 às 21h40.

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A Câmara dos Deputados adiou a votação dos requerimentos de urgência dos projetos de lei que compõem o pacote de corte de gastos apresentado pelo governo. O motivo do adiamento foi a insatisfação com o bloqueio das emendas parlamentares por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino. As urgências deverão ser votadas nesta quarta-feira, 4. A aprovação das urgências é crucial para que o governo consiga ver as medidas aprovadas até o final do ano. No entanto, apesar da pressão dos governistas que apoiam o conjunto de medidas apresentado pelo ministro Fernando Haddad, a votação não pôde ser realizada nesta terça-feira.

Embora os PLs já estivessem pautados na Ordem do Dia, parlamentares que participaram da reunião de líderes nesta terça-feira afirmaram que havia resistência em dar andamento aos projetos devido à interferência de Dino. A situação gerou incômodo por conta da liberação das emendas parlamentares com a imposição de regras mais rígidas do que aquelas aprovadas pelos deputados e senadores.

Projetos de lei no pacote de corte de gastos

O presidente da Câmara, Arthur Lira, pautou a urgência de dois projetos-chave dentro do pacote:

  • O primeiro trata do pente-fino no Benefício de Prestação Continuada e no Bolsa Família, além da mudança nas regras de correção do salário mínimo.
  • O segundo aborda gatilhos fiscais, como a proibição de concessão, ampliação ou prorrogação de incentivos ou benefícios tributários em caso de déficit. Esse projeto também permite o bloqueio de emendas parlamentares.

Além disso, o governo enviou à Câmara uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que trata das mudanças nas regras de concessão do abono salarial e outras medidas. Já o projeto que trata das mudanças no Imposto de Renda e na Previdência dos militares ainda não foi enviado ao Legislativo.

Articulação e tentativas de apaziguamento

Para tentar esfriar o impasse, uma articulação do Executivo sugeriu a liberação de R$ 7,8 bilhões para o pagamento das emendas já empenhadas. Essa medida foi apresentada pelo líder do governo, Randolfe Rodrigues (PT-AP), durante uma reunião na Comissão Mista de Orçamento. A ideia era apaziguar a situação, uma vez que a decisão do STF havia travado a continuidade da elaboração do Orçamento de 2025, em parte, devido à disputa sobre as emendas.

A votação também esbarrou em um impasse entre as bancadas. Os líderes dos dois maiores blocos da Câmara, Antonio Brito (PSD-BA) e Elmar Nascimento (União-BA), não haviam assinado o documento até o início da noite. Esse impasse foi resolvido após um contato entre as lideranças da Câmara, com a certeza da liberação dos R$ 7,8 bilhões. A aprovação da urgência é essencial para que os projetos de lei possam ser aprovados sem passar pelas comissões e dentro do tempo necessário para este ano.

O adiamento da votação é um revés para o governo, que está tentando acelerar as reformas fiscais e garantir as medidas de austeridade fiscal até o final do ano. Para que os projetos avancem sem mais atrasos, será necessário garantir que todas as bancadas da Câmara estejam alinhadas, o que pode demandar mais negociação nos próximos dias.

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