Agência de notícias
Publicado em 18 de fevereiro de 2025 às 17h08.
Última atualização em 18 de fevereiro de 2025 às 17h20.
O Brasil voltará a importar energia elétrica da Venezuela para suprir a demanda de carga de Roraima. Depois de seis anos, o governo retomará a medida para reduzir custos e aliviar o sistema elétrico da região, que atualmente depende apenas da geração de usinas termelétricas.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou nesta terça-feira a operação e os pagamentos à comercializadora Bolt Energy, que vai cuidar do processo de importação da eletricidade.
A operação autorizada pelo governo brasileiro vai custar R$ 1.096,11 por megawatt-hora (MWh), entre janeiro e abril deste ano. Para ter uma ideia, o custo médio das hidrelétricas é na casa de R$ 300 por MWh.
A Bolt Energy vai receber um reembolso de R$ 41,2 milhões com uso de recursos da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), paga por todos os demais consumidores do país.
Roraima é o único estado do Brasil fora do Sistema Integrado Nacional (SIN) de transmissão de energia elétrica. Termelétricas locais, movidas a diesel e operadas pela empresa Roraima Energia, abastecem o estado.
“Após a interrupção do fornecimento de energia da Venezuela para Roraima, o Sistema Elétrico de Roraima passou a operar de forma isolada, sendo atendido majoritariamente por geração térmica a diesel”, escreve o voto da Aneel que autorizou a operação nesta terça.
Na avaliação do governo brasileiro é que a importação de energia na Venezuela vai ser mais econômica do que a contratação das termelétricas na região.
Boletins do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram que a importação foi retomada com testes no último sábado. O fornecimento, no entanto, foi interrompido no dia seguinte após um desligamento na linha de transmissão que conecta o Brasil à Venezuela.
A falha levou a um apagão em Roraima no sábado. A carga no estado já foi restabelecida.