Economia

Brasil só volta a crescer em 2018, diz presidente da Renner

Segundo ele, a retomada não se dará pelo consumo, o que indica que o varejo tem um longo caminho a percorrer


	José Galló, da Renner: segundo ele, a retomada não se dará pelo consumo, o que indica que o varejo tem um longo caminho a percorrer
 (Fabiano Accorsi / EXAME)

José Galló, da Renner: segundo ele, a retomada não se dará pelo consumo, o que indica que o varejo tem um longo caminho a percorrer (Fabiano Accorsi / EXAME)

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Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2015 às 15h18.

Porto Alegre - O presidente da Lojas Renner, José Galló, traçou um cenário bastante pessimista a um grupo de empresários nesta quarta-feira, 9, na capital gaúcha.

Segundo ele, a economia brasileira só vai se estabilizar no segundo semestre de 2017.

Já a retomada do crescimento, na sua avaliação, deverá começar em 2018, independente do desfecho da crise política.

"Eu não vendo ilusões. Não adianta dizer que vai melhorar em 2016 porque não vai", afirmou em evento na sede da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul).

Para justificar a previsão, Galló citou uma série de fatores conjunturais, como os indicadores de confiança em níveis historicamente baixos, o déficit público e a trajetória de alta do desemprego.

Segundo ele, a retomada não se dará pelo consumo, o que indica que o varejo tem um longo caminho a percorrer.

"A possibilidade de crescimento é infraestrutura, que significa estradas, aeroportos, portos, indústria de base. Só que as maiores empreiteiras do Brasil responsável por isso estão paradas", falou.

Galló também disse que 70% da crise econômica atual é derivada da crise política.

O executivo criticou a atuação dos agentes públicos, que, segundo ele, não estão pensando no Brasil.

"Esta na hora dos políticos que estão lá na colina de Brasília olharem o que está acontecendo aqui na planície. A gente vê uma irracionalidade brutal, contradições, interesses pessoais", afirmou.

Ele defende a necessidade de gerar quatro ou cinco medidas capazes de destravar a economia, e não acredita que o processo de impeachment possa mudar a perspectiva ruim para os próximos anos, independente do seu resultado.

A percepção é de que o problema está dado e que só uma "grande união nacional" poderia amenizar o estrago.

A crítica de Galló também se estende ao empresariado. "Acho que também nós, empresários, estamos um pouco calados com relação a isso (crise). Não estamos mostrando claramente como são as coisas. Acho que é hora de o empresariado assumir uma atitude mais proativa numa situação como esta", disse.

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