Brasil é campeão em juros reais mesmo após maior corte em 8 anos
Inflação está caindo mais rápido do que a Selic e Brasil segue líder mundial em juros reais com 6,39%, segundo ranking da Infinity com o MoneYou
João Pedro Caleiro
Publicado em 12 de abril de 2017 às 18h03.
Última atualização em 12 de abril de 2017 às 18h22.
São Paulo - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central fez hoje um corte de 1 ponto percentual nos juros , o maior desde 2009.
A Selic caiu de 12,25% para 11,25% e mesmo assim o Brasil segue campeão mundial de juros reais entre as principais economias do mundo.
A conta, que subtrai a inflação dos últimos 12 meses dos juros nominais, é feita a cada reunião pelo site MoneYou com a Infinity Asset Management.
A diferença com o segundo lugar caiu, mas o Brasil ainda é líder com 6,39% de juros reais, seguido por Rússia (5,23%) e China (3,52%).
Nos últimos lugares do ranking estão países com juros reais negativos como Turquia (-2,96%), Argentina (-11,21%) e Venezuela (-85,52%). A média geral é -2,7%.
Isso acontece porque no Brasil a inflação chegou a dois dígitos e está caindo de forma acelerada, enquanto a Selic começou a ser cortada em ritmo mais lento.
O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, disse recentemente que assim como o juro nominal, o juro real também está em queda.
Segundo ele, é mais adequado usar a medida “ex-ante” (com referência da inflação futura e não passada), pois é a que mais influencia as decisões econômicas.
Mas nessa conta, que desconta dos juros nominais a inflação prevista pelo mercado para os próximos 12 meses, o Brasil também é campeão mundial com juros reais de 6,36% seguido da Rússia com 5,12%.
Veja a seguir os juros reais (taxa de juros dos últimos 12 meses descontada a inflação dos últimos 12 meses) nas 40 principais economias do mundo:
País | Juros reais | |
---|---|---|
1 | Brasil | 6,39% |
2 | Rússia | 5,23% |
3 | China | 3,52% |
4 | Índia | 2,51% |
5 | Colômbia | 2,21% |
6 | Hong Kong | 1,35% |
7 | Taiwan | 1,20% |
8 | Indonésia | 1,10% |
9 | México | 1,09% |
10 | Tailândia | 0,73% |
11 | África do Sul | 0,66% |
12 | Chile | 0,29% |
13 | Austrália | 0,00% |
14 | Singapura | -0,13% |
15 | Israel | -0,30% |
16 | Filipinas | -0,39% |
17 | Japão | -0,40% |
18 | Polônia | -0,49% |
19 | Coreia do Sul | -0,93% |
20 | Holanda | -1,09% |
21 | França | -1,09% |
22 | Suíça | -1,34% |
23 | Itália | -1,38% |
24 | Malásia | -1,44% |
25 | Canadá | -1,47% |
26 | Portugal | -1,57% |
27 | Alemanha | -1,57% |
28 | Dinamarca | -1,63% |
29 | Estados Unidos | -1,66% |
30 | Grécia | -1,67% |
31 | Hungria | -1,75% |
32 | Suécia | -1,78% |
33 | Reino Unido | -2% |
34 | Áustria | -2,15% |
35 | Bélgica | -2,23% |
36 | Espanha | -2,25% |
37 | República Tcheca | -2,49% |
38 | Turquia | -2,96% |
39 | Argentina | -11,21% |
40 | Venezuela | -85,52% |
Média geral | -2,7% |