Economia

Bolsonaro diz que quer arrecadar menos e que preços dos combustíveis devem cair

"Queremos arrecadar menos, como diminuímos bastante o IPI de produtos no Brasil", declarou Bolsonaro

Bolsonaro também afirmou que, hoje, a tendência é de queda nos preços dos combustíveis cobrados pela Petrobras diante da redução do valor do petróleo Brent negociado no exterior. (SERGIO LIMA/AFP/Getty Images)

Bolsonaro também afirmou que, hoje, a tendência é de queda nos preços dos combustíveis cobrados pela Petrobras diante da redução do valor do petróleo Brent negociado no exterior. (SERGIO LIMA/AFP/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de agosto de 2022 às 12h07.

Última atualização em 2 de agosto de 2022 às 13h56.

Apesar da iminente bomba fiscal projetada para o ano que vem, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (2) que deseja arrecadar menos. "Tivemos excesso de arrecadação no ano passado de 300 bilhões de reais. Queremos arrecadar menos, como diminuímos bastante o IPI de produtos no Brasil", declarou o presidente em entrevista a uma rádio gaúcha.

Em defesa de mais desonerações, Bolsonaro revelou que já acertou a partir do ano que vem, o fim da cobrança de impostos sobre ração de peixe. Ele não detalhou, contudo, o impacto fiscal da medida ou a quantidade de contribuintes que seria beneficiada com ela.

Combustíveis

Bolsonaro também afirmou que, hoje, a tendência é de queda nos preços dos combustíveis cobrados pela Petrobras diante da redução do valor do petróleo Brent negociado no exterior. "O Brent ontem (segunda-feira) lá fora caiu na casa dos US$ 100. É sinalizador que você pode diminuir novamente o combustível na Petrobras, quem sabe o diesel. Isso não é bola de cristal", declarou em entrevista à Rádio Guaíba.

O presidente afirmou que acompanha a cotação do Brent. "Eu tiro print do preço do Brent e mando para o ministro de Minas e Energia, mando para outras pessoas interessadas, para mostrar que estou de olho. Tem que tomar providências", disse na entrevista. Ontem, o petróleo do tipo Brent caiu 3,80% no mercado internacional, a US$ 100,03 por barril.

Apesar de sua aparente disposição em monitorar as oscilações do mercado internacional da commodity, Bolsonaro voltou a criticar nesta terça-feira a política de paridade de preços adotada pela estatal, que atrela os reajustes dos combustíveis no País às cotações no exterior. "A aplicação do PPI na Petrobras foi exagerada", avaliou, ao analisar as heranças recebidas do governo Michel Temer (MDB).

Guedes

Na tentativa de reiterar as posições liberais fiadoras de sua eleição de 2018, o presidente ainda afirmou que seu "casamento" com o ministro da Economia, Paulo Guedes, "não tem data de validade" e que a privatização dos Correios "está na reta". O chefe do Executivo não citou, contudo, as mais recentes intervenções na Petrobras, como as sucessivas trocas de comando para tentar ampliar a ingerência do Executivo na formação dos preços.

Tabela do IR

O presidente afirmou, ainda, que já acertou com Paulo Guedes a revisão da tabela do Imposto de Renda para o ano que vem. "Já está garantido, mas não sei o porcentual", disse o chefe do Executivo na entrevista. "Imposto de Renda está virando um redutor de renda", avaliou.

De acordo com Bolsonaro, a revisão na tabela já será incluída no Orçamento do próximo ano. O presidente falou em inclusão na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), mas esse texto já foi aprovado no Parlamento. O governo pode negociar os termos no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023.

Veja também: 

Produção industrial cai 0,4% em junho ante maio, revela IBGE

Novo ministro argentino prepara plano para atrair dólares

Acompanhe tudo sobre:Combustíveiseconomia-brasileiraJair Bolsonaro

Mais de Economia

AGU pede revisão de parte da decisão de Dino que liberou emendas

Câmara adia votação do pacote de corte de gastos após impasse com STF por emendas

Reforma tributária: após reunião com Haddad, Braga diz que trabalha para fechar relatório até amanhã

Ceron: idade mínima para reserva de militares está em “revisão” e isenção do IR fica para 2025