Economia

BCE precisa ter ajuste de política monetária gradual, diz Draghi

Presidente do BCE também indicou possíveis mudanças na política do BCE, que inclui fortes compras de ativos e taxas de juros muito baixas

Mario Draghi: "conforme a economia continua a se recuperar, uma postura constante de política monetária se tornará mais expansionista" (REUTERS/Lisi Niesner/Reuters)

Mario Draghi: "conforme a economia continua a se recuperar, uma postura constante de política monetária se tornará mais expansionista" (REUTERS/Lisi Niesner/Reuters)

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Reuters

Publicado em 27 de junho de 2017 às 08h51.

Sintra - O Banco Central Europeu (BCE) deve ajustar a política monetária apenas gradualmente uma vez que a zona do euro ainda precisa de suporte "considerável" apesar da recuperação mais forte do crescimento e da inflação, afirmou nesta terça-feira o presidente do BCE, Mario Draghi.

Draghi também indicou possíveis mudanças na política do BCE, que inclui fortes compras de ativos e taxas de juros muito baixas, mas afirmou que qualquer mudança dependerá de condições globais de financiamento favoráveis.

"Conforme a economia continua a se recuperar, uma postura constante de política monetária se tornará mais expansionista, e o banco central pode acompanhar a recuperação ajustando os parâmetros de seus instrumentos --não para apertar a postura, mas para mantê-la inalterada", disse Draghi em conferência do BCE em Sintra, Portugal.

Ele afirmou que a inflação ainda está sendo contida pelos choques dos preços de commodities e pela ociosidade no mercado de trabalho, portanto o estímulo do BCE ainda é necessário e só levará a uma alta gradual dos preços.

As declarações sustentam as expectativas do mercado de que o BCE continuará a ajustar sua orientação nos próximos meses mas apenas através do menor dos incrementos, preparando o caminho para um eventual fim do estímulo.

Ao combater a inflação baixa demais, o BCE tem mantido as taxas de juros em território negativo há anos e compra 60 bilhões de euros em títulos por mês, na expectativa de induzir os gastos para gerar crescimento e eventualmente inflação.

"Todos os sinais agora indicam fortalecimento e recuperação na zona do euro. As forças deflacionárias foram substituídas por forças reflacionárias", disse Draghi.

"Entretanto, um grau considerável de política monetária expansionista ainda é necessário para que a dinâmica da inflação se torne durável e sustentável", completou.

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