Anfavea defende taxar carro elétrico importado por competitividade
Marcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, disse a jornalistas em São Paulo, que o posicionamento da maioria das associadas é por imposto de importação de 35% para os veículos elétricos associado a um regime de cotas
Agência de notícias
Publicado em 6 de setembro de 2023 às 10h55.
Entidade que representa as montadoras de veículos instaladas no Brasil defende que a atual isenção do imposto de importação para modelos elétricos seja eliminada de forma a garantir previsibilidade e competitividade à indústria local.
Marcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, disse a jornalistas em São Paulo, que o posicionamento da maioria das associadas é por imposto de importação de 35% para os veículos elétricos associado a um regime de cotas, permitindo que se introduza a nova tecnologia e evitando que aconteça no Brasil o que aconteceu na América Latina, onde a participação dos carros chineses saltou de 4% para 21% em uma década, “mas que não seja usado como uma entrada para acabar com o mercado local”.
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“O governo brasileiro tem sinalizado que não gostaria de fazer mudanças abruptas, então, uma alternativa que tem sido discutida é a de fazer como phase-out, em que haja uma gradualidade, num espaço de três anos, para se voltar à alíquota de 35%”, disse Lima Leite. “Tem que ter uma previsibilidade para que a indústria possa se organizar. O que a gente precisa buscar não é um crescimento com barreiras, a gente tem que trabalhar pela competitividade e para que não haja um estímulo que gere desigualdade nas vendas”.
Lima Leite também comentou sobre a crise na Argentina, principal parceiro comercial do Brasil na região, dizendo que a recente desvalorização cambial, de 27%, e a criação de um imposto de 7,5% para todos os veículos importados leva a uma perda de competitividade. “Se você antes tinha uma competitividade no produto que você mandava do Brasil para a Argentina, em um mês o efeito econômico para as montadoras que exportam do Brasil para a Argentina é que ele ficou 35% mais caro, sendo 27% pela desvalorização cambial e 7,5% do imposto local foi criado”.
“Então esse cenário ele leva, sim, a uma perda de competitividade da indústria brasileira na Argentina”, disse Lima Leite acrescentando que a Anfavea tem conversado sobre essa situação com o governo brasileiro. “Ela preocupa, mas a Argentina vive um momento pré-eleição, um momento de eles precisarem trabalhar com um pouco de paz nesse momento”.
Rota 2030 deve ser apresentado para o governo neste mês
O executivo disse também que o Rota 2030 atualizado deve ser apresentado ainda em setembro pelo governo federal, segundo a expectativa da Anfavea. Representantes da entidade terão um encontro na próxima segunda-feira no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Lima Leite disse que a expectativa é de que o documento traga principalmente a previsibilidade sobre a questão de eficiência energética e programas relacionados a Pesquisa e Desenvolvimento.