Economia

Inflação nos países desenvolvidos acelera; ruim para o Brasil

ÀS SETE - Se nos últimos anos países emergentes atraíram investidores com poucas opções de investimento, a concorrência deve aumentar daqui para frente

Inflação nos EUA: com a recuperação da inflação americana, economistas já esperam que o Fed eleve os juros pelo menos três vezes neste ano (Scott Olson/Getty Images)

Inflação nos EUA: com a recuperação da inflação americana, economistas já esperam que o Fed eleve os juros pelo menos três vezes neste ano (Scott Olson/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2018 às 06h35.

Última atualização em 11 de janeiro de 2018 às 07h36.

A partir desta quinta-feira investidores e economistas acompanham atentamente os dados da inflação americana.

Em contraste com o relativamente sólido crescimento econômico, a inflação americana ainda mostra fracos sinais e insiste em ficar abaixo da meta de 2%.

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O chamado índice de preços ao produtor (IPC), que mede a variação nos preços médios recebidos pelos produtores nacionais de bens e serviços, deverá ter um aumento de 0,2% em dezembro, na comparação com o mês anterior.

Na base anual, a expectativa é que o indicador tenha uma alta de 1,7%, ainda abaixo dos 2%.

O IPC é visto pelo banco central americano, o Fed, como o melhor indicador da pressão inflacionária de longo prazo porque exclui categorias voláteis, como alimentação e energia. Por isso, é fundamental para o banco fazer com que o indicador chegue aos 2%.

Já na sexta-feira, o departamento de comércio dos EUA publicará um dado que deve trazer esperanças. A inflação ao consumidor de dezembro deve mostrar um aumento de 0,2% no mês, levando o índice a 2,1% em 2017.

Muitos acreditam que a inflação deve subir ainda mais em 2018. O otimismo se deve ao combo: mercado de trabalho aquecido, aumento dos preços da energia e corte de impostos aprovado no país no fim do ano passado (que, na visão de economistas, trará um impulso de curto prazo para o investimento e contratação nas empresas).

Diante desse cenário, investidores passaram a favorecer os títulos americanos atrelados à inflação.

Na última semana, fundos concentrados nesses títulos receberam mais de 465,5 milhões de dólares.

A quantia fez com que os fundos desse tipo chegassem ao maior patamar de todos os tempos: 67,39 bilhões de dólares.

Aos poucos, o otimismo inflacionário também tem crescido na zona do euro e no Japão. É um sinal de que a economia desses países está mais saudável que nos anos anteriores.

Na Europa, sinais de melhoras regionais na inflação provocaram especulações de que o banco central europeu pode não renovar seu programa de compra de títulos de 2,55 trilhões de euros quando ele expirar, em setembro.

No Japão, o banco central reduziu suas compras de títulos na terça-feira em sinais de melhoria do crescimento doméstico.

A notícia não é lá muito boa para os emergentes como o Brasil. Se nos últimos anos esses países atraíram investidores com poucas opções de investimento, a concorrência deve aumentar daqui para frente.

Com a recuperação da inflação americana, por exemplo, economistas já esperam que o banco central do país eleve os juros pelo menos três vezes neste ano, para o patamar entre 2% e 2,25%.

Ou seja: para continuar atraindo investidores, o Brasil terá que fazer sua lição de casa.

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