Ciência

Vazamento em nave russa acoplada à ISS preocupa agências espaciais

Os quatro fazem parte da tripulação Crew-5, que chegou à ISS em outubro, a bordo de uma nave da empresa privada SpaceX, cujos serviços são contratados pela Nasa

Nas imagens difundidas pela Nasa, é possível ver claramente um jato de partículas brancas escapando no espaço (Stocktrek Images/Getty Images)

Nas imagens difundidas pela Nasa, é possível ver claramente um jato de partículas brancas escapando no espaço (Stocktrek Images/Getty Images)

A

AFP

Publicado em 15 de dezembro de 2022 às 18h17.

Última atualização em 15 de dezembro de 2022 às 18h22.

As agências espaciais de Rússia e Estados Unidos avaliavam, nesta quinta-feira, 15, a gravidade de um vazamento impressionante no sistema de refrigeração de uma nave espacial russa atracada na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), que poderia ter sido provocado pelo impacto de um micrometeorito.

A nave espacial Soyuz MS-22 está acoplada à ISS desde que levou os cosmonautas russos Sergei Prokopyev e Dmitry Petelin em setembro, assim como o astronauta americano Frank Rubio.

Na quarta-feira, os dois russos se preparavam para uma caminhada espacial quando o sistema de alarme disparou, o que indica uma queda na pressão do sistema de refrigeração da nave espacial, segundo um comunicado da agência espacial russa Roscosmos.

Nas imagens difundidas pela Nasa, é possível ver claramente um jato de partículas brancas escapando no espaço, que seria o líquido refrigerante.

"A causa do vazamento poderia ser um micrometeorito", disse hoje Sergei Krikalev, diretor de voos espaciais tripulados da Roscosmos, segundo uma nota divulgada pela agência de notícias russa Tass.

O líquido estava vazando da parte traseira da nave, atracada no segmento russo da ISS. O vazamento parou sozinho pouco tempo depois.

O que dizem as últimas pesquisas científicas mais importantes? Descubra ao assinar a EXAME, por menos de R$ 0,37/dia.

A caminhada espacial foi cancelada "para dar tempo de avaliar o fluido e os possíveis impactos na integridade da nave espacial Soyuz", disse a Nasa em comunicado na quinta-feira.

"Os membros da tripulação a bordo da Estação Espacial estão a salvo e não estiveram em perigo durante o vazamento", acrescentou.

Soluções alternativas?

Os dois cosmonautas russos e o astronauta americano chegaram à ISS em 21 de setembro a bordo de um foguete russo lançado do Cazaquistão.

De acordo com a programação, eles deveriam utilizar essa mesma nave para retornar à Terra depois de seis meses, ao término de sua missão, em março de 2023. Contudo, se a nave estiver danificada, as possíveis soluções de 'backup', que não foram detalhadas oficialmente, poderiam incluir o envio de um novo veículo.

Outras quatro pessoas estão a bordo da ISS atualmente: a russa Anna Kikina, os americanos Nicole Mann e Josh Cassada, e o japonês Koichi Wakata.

Os quatro fazem parte da tripulação Crew-5, que chegou à ISS em outubro, a bordo de uma nave da empresa privada SpaceX, cujos serviços são contratados pela Nasa.

O intercâmbio para que um cosmonauta russo voasse a bordo de uma nave americana e vice-versa foi planejado durante muito tempo, e se concretizou apesar das tensões entre os dois países.

A ISS é um dos poucos campos de cooperação ainda em curso entre Moscou e Washington desde o início da invasão russa da Ucrânia, lançada em 24 de fevereiro, e da reação do Ocidente com a imposição de sanções econômicas.

A plataforma orbital foi lançada em 1998, em um momento de cooperação entre Estados Unidos e Rússia, após a corrida espacial em que os dois se envolveram durante os anos da guerra fria.

LEIA TAMBÉM:

SpaceX lança à Lua primeiro módulo de pouso privado japonês

EUA anuncia avanço histórico em fusão nuclear

Acompanhe tudo sobre:Nasa

Mais de Ciência

Cientistas criam "espaguete" 200 vezes mais fino que um fio de cabelo humano

Cientistas conseguem reverter problemas de visão usando células-tronco pela primeira vez

Meteorito sugere que existia água em Marte há 742 milhões de anos

Como esta cientista curou o próprio câncer de mama — e por que isso não deve ser repetido