Ciência

Reforço de Moderna ou Pfizer funciona melhor para vacinados com Janssen

O estudo foi realizado em 458 adultos vacinados com uma das três marcas aprovadas nos Estados Unidos (Pfizer, Moderna ou J&J) por pelo menos 12 semanas

Vacinas contra covid-19: o estudo enfatiza que não foram identificados problemas de saúde após a administração das doses de reforço (HAZEM BADER/AFP/AFP)

Vacinas contra covid-19: o estudo enfatiza que não foram identificados problemas de saúde após a administração das doses de reforço (HAZEM BADER/AFP/AFP)

A

AFP

Publicado em 14 de outubro de 2021 às 11h06.

Última atualização em 14 de outubro de 2021 às 11h48.

Pessoas que receberam a vacina contra covid-19 da Johnson & Johnson (J&J) podem se beneficiar de uma dose de reforço da Pfizer ou Moderna, mostraram os resultados preliminares de um estudo norte-americano publicado nesta quarta-feira (13).

O estudo, financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), era aguardado com ansiedade nos Estados Unidos porque olhava para a possibilidade de "misturar" vacinas, usando um imunizante diferente das doses iniciais para a vacina de reforço, o que atualmente não é permitido no país.

O estudo foi realizado em 458 adultos vacinados com uma das três marcas aprovadas nos Estados Unidos (Pfizer, Moderna ou J&J) por pelo menos 12 semanas.

Cada um desses três grupos foi dividido em três novos grupos para receber uma das vacinas disponíveis como reforço. Os nove grupos eram compostos por cerca de 50 pessoas cada.

Os pesquisadores então testaram os níveis de anticorpos 15 dias após a vacina de reforço.
Para pessoas inicialmente inoculadas com J&J, os níveis de anticorpos eram quatro vezes maiores após um reforço de J&J, 35 vezes maiores após um reforço da Pfizer e 76 vezes maiores após um reforço da Moderna.

E os níveis de anticorpos para aqueles que originalmente receberam as injeções de Moderna foram maiores "independentemente da vacina de reforço administrada", em comparação com aqueles que receberam inicialmente Pfizer ou J&J, de acordo com o estudo.

O estudo enfatiza que não foram identificados problemas de saúde após a administração das doses de reforço.

No entanto, o estudo, que ainda não foi revisado por pares, tem várias limitações. O número de participantes foi pequeno e a resposta imune pode evoluir com o tempo, além dos 15 dias observados durante o estudo.

"É importante não se deixar levar pelas descobertas", tuitou Peter Hotez, professor do Baylor College of Medicine. Os resultados do teste de uma segunda vacina de reforço da J&J conduzidos pela própria empresa foram "impressionantes", comentou.

O estudo do NIH deve suscitar discussões de um comitê de especialistas da agência reguladora de drogas e alimentos dos Estados Unidos (FDA), que está programada para analisar os pedidos de doses de reforço da Moderna e da J&J nesta quinta e sexta-feira, respectivamente.

Um reforço da Pfizer já foi aprovado nos Estados Unidos para certas populações, como pessoas com 65 anos ou mais, adultos com condições médicas de alto risco e aqueles em empregos onde são frequentemente expostos ao coronavírus.

  • Quer saber tudo sobre o desenvolvimento e eficácia de vacinas contra a covid-19? Assine a EXAME e fique por dentro.
Acompanhe tudo sobre:Johnson & JohnsonModernaPandemiaPfizervacina contra coronavírusVacinas

Mais de Ciência

Cientistas encontram cristais de água que indicam possibilidade de vida em Marte

Cientistas criam "espaguete" 200 vezes mais fino que um fio de cabelo humano

Cientistas conseguem reverter problemas de visão usando células-tronco pela primeira vez

Meteorito sugere que existia água em Marte há 742 milhões de anos