Ciência

Covid-19 pode nunca ter uma cura, diz Organização Mundial da Saúde

"Não há solução milagrosa e talvez nunca exista", disse o diretor da OMS, apesar da corrida mundial pela vacina contra a covid-19

OMS: diretor da organização alertou sobre a duração da possível vacina contra a covid-19 (Christopher Black/OMS/Reuters)

OMS: diretor da organização alertou sobre a duração da possível vacina contra a covid-19 (Christopher Black/OMS/Reuters)

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AFP

Publicado em 3 de agosto de 2020 às 11h16.

Última atualização em 3 de agosto de 2020 às 11h20.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu nesta segunda-feira (3) que talvez nunca exista uma "solução milagrosa" contra a pandemia de covid-19, apesar da corrida contra o tempo de laboratórios e países para obter uma vacina.

"Não há solução milagrosa e talvez nunca exista", afirmou o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma entrevista coletiva virtual. "Os ensaios clínicos nos dão esperança. Mas isso não significa necessariamente que teremos uma vacina" eficaz, principalmente no longo prazo, disse.

"Todos esperamos ter um número de vacinas eficazes que possam evitar que as pessoas sejam infectadas", mas frear os focos depende do respeito às medidas de saúde pública e do "compromisso político", apontou.

O comitê de emergência da OMS que se reuniu na sexta-feira "foi muito claro: quando os líderes trabalham de maneira muito estreita com as populações, essa doença pode ser controlada", ressaltou.

"Devemos conter os surtos, testar, isolar e tratar pacientes, procurar e colocar em quarentena seus contatos", mas também "informar", afirmou o diretor, antes de pedir às populações a continuar respeitando os gestos de barreira (distanciamento físico, uso de máscara, boas práticas de higiene, etc.) para romper as cadeias de transmissão do novo coronavírus.

"A mensagem para as pessoas e os governos é: façam tudo isso. E continuem mesmo quando a doença estiver sob controle!", exclamou, depois de apontar que "vários países que pareciam ter passado pior registram agora novos surtos".

A pandemia já matou mais de 690 mil pessoas no mundo desde o final de dezembro, de acordo com o balanço da Universidade John Hopkins. Mais de 18 milhões de casos foram registrados oficialmente, dos quais pelo menos 10,5 milhões foram curados.

Em 10 de julho, a OMS enviou um epidemiologista e um especialista em saúde animal à China para uma missão exploratória antes do início de uma investigação que a organização de saúde deseja realizar sobre a origem do vírus, que apareceu na China no final de 2019.

O diretor geral da agência das Nações Unidas anunciou que essa missão concluiu o trabalho preparatório para sua investigação sobre a origem da pandemia de covid-19.

"A equipe da OMS que viajou à China terminou sua missão que consistia em estabelecer as bases dos esforços conjuntos para identificar as origens do vírus", afirmou Adhanom Ghebreyesus.

"Estudos epidemiológicos começarão em Wuhan para identificar a fonte potencial de infecção dos primeiros casos", completou.

A grande maioria dos pesquisadores concorda que o novo coronavírus SARS-CoV-2 - a fonte da pandemia - pode ter se originado em morcegos, mas os cientistas acreditam que ele passou por outra espécie antes de ser transmitido aos seres humanos.

É essa peça do quebra-cabeça que a comunidade científica internacional e a OMS esperam descobrir para entender melhor o que aconteceu, direcionar melhor as práticas de risco e evitar uma nova pandemia.

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