O observatório, que possui um espelho primário de 6,5 metros de largura e um guarda-sol do tamanho de uma quadra de tênis, passará a observar o cosmos em luz infravermelha (NASA GSFC/CIL/Adriana Manrique Gutierrez/Reprodução)
Atualização: A Nasa adiou o lançamento do telescópio e informou que não será antes do dia 24 de dezembro, mas a nova data e o novo horário ainda não foram divulgados.
Frente às recorrentes falhas de operação do telescópio Hubble, que presenteou a humanidade por 32 anos com imagens que detalharam a magnitude do universo e suas galáxias, a Nasa prepara uma nova fase tecnológica para a observação do que está ao além Terra.
No dia 22 de dezembro, é chegada a hora de colocar nos céus o telescópio James Webb, que custou à agência cerca de 10 bilhões de dólares para ser fabricado. Perto do derradeiro momento, o telescópio, que já foi transportado ao edifício de montagem, segue aguardando seu encontro com o foguete Ariane 5, da Arianespace, no Espaçoporto Europeu, Guiana Francesa.
De lá, o novo observatório partirá com a missão de produzir imagens de objetos a incríveis distâncias da Terra, com estimadas 100 vezes mais capacidade que o combalido Hubble. A operação de toda a pesquisa gerada será feita por meio de uma parceria entre as agências espaciais americana e a europeia ISA.
O lançamento do James Webb, que recebe este nome em homenagem ao controverso administrador da Nasa entre 1961 e 1968, é descrito pela agência como "um momento Apollo" – em uma referência às missões Apollo de exploração lunar, que levaram o primeiro homem a pisar na Lua em 1969. Nas palavras da própria Nasa, o telescópio vai "alterar de forma fundamental o nosso entendimento sobre o universo".
Sua posição de trabalho será a 1,5 milhões de quilômetros da Terra, em uma região chamada de Lagrange Terra-Sol L2. Essa distância é necessária para deixa-lo frio e evitar que haja sobrecarga de radiação no equipamento. Aliás, a temperatura recomendada para o bom funcionamento do James Webb é de -223°C.
Assim, dentro de seis meses após o lançamento, quando estiver bem posicionado, o aparelho deve iniciar uma análise que se valerá do recurso dos seus sensores de enxergar a luz infravermelha. Com esse espectro da luz, que é um comprimento de onda mais longo que os outros, o instrumento vai conseguir olhar mais para trás no tempo – e enxergar as primeiras galáxias que se formaram no início do cosmos.
O objetivo é que o telescópio comece a trabalhar bem dentro de dois anos e tenha uma vida útil acima de 10 anos. E, assim como Hubble, que teve pouco contato com astronautas ao longo dos anos, James Webb também terá uma vida sozinha. A Nasa estima que visitá-lo para futuras manutenções não compensaria os custos da missão.