Comentas negros: Nasa descobre novos sete corpos celestes (Observatório Europeu do Sul/M. Kornmesser/Divulgação)
Publicado em 12 de dezembro de 2024 às 12h12.
Até dezembro deste ano, a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (Nasa) tinha descoberto sete raros "cometas negros", objetos celestes raros e de difícil identificação. Isso mudou na última segunda-feira, 9: pesquisadores do Laboratório de Propulsão a Jato da agência espacial anunciaram a descoberta de sete novos deles.
A pesquisa, liderada por Darryl Seligman, pós-doutorando da Universidade Estadual do Michigan, foi publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences. Com essa descoberta, o número conhecido de "cometas negros" dobrou, alcançando um total de 14 exemplares.
Os cientistas acreditam que o comportamento desses astros seja causado por materiais voláteis em suas superfícies, que evaporam e impulsionam o movimento, embora a aparência externa permaneça semelhante à de asteroides.
Como a Índia superou a Nasa na exploração do Sol — e por que isso importaApesar da semelhança do nome, os cometas negros não têm nada a ver com buracos negros. São, na verdade, objetos celestes que combinam características de dois corpos celestes semelhantes: são visualmente parecidos com asteroides, com movimentação rápida típica de um cometa.
A primeira descoberta veio em 2016, a partir do comportamento do então chamado asteroide 2003RM. A órbita dele apresentava perturbações incomuns, típicas de cometas, mas não havia sinais visíveis de uma cauda. Em 2017, o interesse por esse tipo de objeto aumentou com a descoberta do 'Oumuamua, o primeiro objeto interestelar registrado, que apresentou características semelhantes.
A descoberta dos novos sete exemplares promete expandir o conhecimento sobre a origem e evolução de objetos no espaço próximo.
Os pesquisadores identificaram duas categorias distintas de cometas negros:
Essas divisões podem ajudar a esclarecer a origem desses objetos e seu papel na história do Sistema Solar. Há indícios de que esses objetos celestes poderiam ser uma fonte de materiais essenciais para a formação da vida na Terra.
Além de categorizar os objetos, o estudo levanta questões sobre a origem dos "cometas negros" e os motivos para a aceleração anômala que apresentam. Há também a possibilidade de que eles contenham gelo, o que aumenta o interesse em relação ao transporte de materiais ao longo do Sistema Solar.
Segundo Seligman, compreender melhor esses astros pode ajudar a decifrar como elementos cruciais para a vida foram entregues à Terra. À medida que novas descobertas surgem, os "cometas negros" prometem abrir caminhos para estudos mais profundos sobre a origem e evolução do nosso planeta e além.