(Warren Talbot/Flickr/Reprodução)
Estagiária de jornalismo
Publicado em 28 de novembro de 2024 às 14h32.
Cientistas de diversas partes do mundo se reuniram de na Austrália para avaliar os riscos do derretimento das geleiras na Antártica e suas implicações para o planeta. No encerramento do encontro, um relatório detalhado foi divulgado, alertando para os efeitos potencialmente devastadores do degelo no aumento do nível do mar. Os especialistas enfatizaram que, caso ações imediatas não sejam adotadas, as consequências para as próximas décadas poderão ser desastrosas.
A pesquisa revelou que a Antártida Oriental contém água suficiente para elevar os oceanos em até 50 metros, tornando cada vez mais improvável a reversão desse processo. A taxa acelerada de perda de gelo na região indica que já não há mais como evitar os impactos de um aumento considerável no nível do mar.
Os dados apresentados pelos cientistas revelam que o nível global do mar já aumentou 10,5 centímetros nos últimos 30 anos, com o derretimento das geleiras da Antártica sendo uma das principais causas desse fenômeno. As projeções indicam que, caso a tendência continue, milhões de pessoas em cidades costeiras poderão ser diretamente afetadas.
O relatório também revelou que o continente antártico perde cerca de 17 milhões de toneladas de gelo por hora, o que equivale a um cubo de gelo com 260 metros de altura. Além disso, a taxa de derretimento vem aumentando a cada ano.
Segundo imagens de satélite, a região está perdendo gelo seis vezes mais rápido do que há 30 anos. A Antártida Oriental, que antes era considerada uma área estável, agora também apresenta sinais de instabilidade, com ondas de calor e eventos de derretimento extremos.
De acordo com um estudo citado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (Organização das nações Unidas), cinco nações podem se tornar inabitáveis até 2100. São elas: Maldivas, Tuvalu, Ilhas Marshall, Nauru e Kiribati.
Um dos países citados, o Tuvalu, que é um Estado da Polinésia formado por um grupo de nove ilhas e atóis, antigamente chamado Ilhas Ellice, já tem um acordo estabelecido com a Austrália para um êxodo de seus habitantes antes que o país seja engolido pelo oceano, já que está atualmente a apenas 5 metros acima do nível do mar.
Os cientistas fizeram um apelo contundente para que governos e autoridades adotem ações rápidas e sustentadas para combater as emissões de gases de efeito estufa. Se nada for feito para controlar esses gases, as projeções indicam que as cidades costeiras da Austrália poderão enfrentar um aumento de até 80 centímetros no nível do mar até 2100, o que resultaria em enormes danos e deslocamentos populacionais.
A mensagem dos pesquisadores é clara: o fracasso em reduzir as emissões de carbono comprometerá não apenas as gerações atuais, mas também as futuras, agravando as condições de vida em diversas regiões do planeta. A solução, segundo os especialistas, está em ações imediatas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e preservar o futuro da humanidade.