Lua de lava? Amostra inéditas revelam mistério do lado oculto do satélite (Imagem gerada com auxílio de Inteligência Artificial)
Redação Exame
Publicado em 19 de março de 2025 às 18h01.
O lado oculto da Lua sempre foi um mistério digno de filmes. Inspiração para "2001: uma Odisseia no Espaço", "Transformers" e tantas outras produções, essa parte do satélite natural da Terra é escondida pela rotação sincronizada com o planeta. Mas os cientistas podem ter chegado a uma conclusão mais concreta do que encontrar ali: um mar de lava. Isso claro, bilhões de anos atrás.
Em 2024, a missão Chang'e 6, da China, conseguiu coletar amostras inéditas da Bacia do Polo Sul-Aitken, uma gigantesca cratera de impacto na Lua. O espaço tem mais de 2,5 km de diâmetro e foi formado após a colisão de um asteroide na Lua, há cerca 4,2 bilhões de anos.
A pesquisa das amostras foi realizada pela Academia Chinesa de Ciências Geológicas. Em artigo da revista Science, o estudo revelou a existência de rochas de basalto com composição similar às rochas do lado visível da Lua, particularmente aquelas coletadas pelas missões Apollo. São minerais pobres em titânio, que reforçam a teoria de que a Lua, em seus primeiros milhões de anos, tinha sua superfície coberta por um oceano de lava.
A teoria foi reforçada pela alta presença de basalto no material coletado, uma pedra vulcânica, datado na ocasião de 2,8 bilhões de anos. Como foi encontrada em diferentes partes da Lua, a teoria dos cientistas é a de que havia uma porção de vulcões ativos na Lua, imersos em um mar de lava.
A pesquisa ainda aponta uma diferença entre as rochas do lado oculto e as do lado visível da Lua. Os fragmentos coletados do lado oculto não apresentam os mesmos isótopos de urânio e chumbo encontrados nas rochas do lado visível — o que pode ser explicado pelo impacto de um asteroide.
A descoberta segue um estudo indiano de 2024, que sugeriu que o polo sul lunar foi também coberto por esse oceano de rocha derretida.