Ciência

Linfoma não Hodgkin: entenda o diagnóstico de câncer de Jorge Aragão

Doença afeta os vasos e gânglios do sistema linfático, que é responsável pela defesa do corpo humano

Jorge Aragão: assessoria do cantor disse que o tratamento será iniciado “imediatamente” (Divulgação/Wikimedia Commons)

Jorge Aragão: assessoria do cantor disse que o tratamento será iniciado “imediatamente” (Divulgação/Wikimedia Commons)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 15 de julho de 2023 às 16h23.

Última atualização em 15 de julho de 2023 às 16h24.

Ícone do samba, o cantor Jorge Aragão foi diagnosticado com câncer. O artista de 74 anos descobriu um linfoma não Hodgkin, que atinge o sistema de defesa do corpo, após passar por uma bateria de exames. Segundo sua assessoria, o cantor iniciará o tratamento “imediatamente”. Mas, afinal, quais as características desse tipo de câncer?

O linfoma não Hodgkin é um câncer no sangue, mas, diferentemente da leucemia, que atinge a medula óssea, esse tipo de doença afeta os vasos e gânglios do sistema linfático, que é responsável pela defesa do corpo humano. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), existem mais de 20 tipos de linfomas não Hodgkin, com diferentes níveis de gravidade.

Em geral, o linfoma não Hodgkin pode atingir três tipos de células do sistema de defesa, as células B, que são os mais comuns, representando 85% dos casos; as células T; e as células NK. Além da classificação por células, há variações quanto ao grau de rapidez com que se espalha no corpo humano.

Prevalência em homens

Esse tipo de câncer, que atinge o sistema imunológico, ainda que seja o mais incidente em crianças, se torna mais comum com o envelhecimento e atinge homens com maior frequência. O Inca estimou que entre 2023 e 2025, o País registraria a cada ano cerca de 12.040 novos casos desse tipo de câncer, sendo 6.420 casos em homens e 5.620 em mulheres. O número representa um risco de 5,57 a cada 100 mil habitantes.

Há alguns fatores de risco que podem facilitar a ocorrência da doença, como fator genético, transplantes, doenças autoimunes, infecção por HIV ou outras infecções específicas. A exposição a substâncias nocivas, como pesticidas, ou à radiação, também representa risco.

Sintomas

O diagnóstico precoce da doença é um dos pontos cruciais para obter sucesso no tratamento. Para isso, é importante identificar sintomas que possam indicar a ocorrência do linfoma não Hodgkin.

O corpo humano possui estruturas chamadas “gânglios”, uma espécie de nódulo do sistema de defesa, responsável por “filtrar” substâncias que podem fazer mal ao organismo. Eles se localizam em regiões como pescoço, virilha e axilas. Um dos sintomas do linfoma não Hodgkin é o aumento de dessas estruturas.

Além disso, sintomas comuns são suor noturno excessivo, febre, coceira na pele e perda de peso acima de 10% sem causa aparente.

Tratamento

De acordo com o Inca, o tratamento depende do tipo de linfoma não Hodgkin, mas os tipos mais indicados são a quimioterapia, a imunoterapia e a radioterapia. No caso de pacientes com quadro mais avançado da doença, quando há risco de atingir o Sistema Nervoso Central, a indicação é um tipo específico de quimioterapia e radioterapia. Nesse caso, há injeção quimioterápica no líquido cérebro-espinhal e radioterapia nessas regiões do corpo.

Acompanhe tudo sobre:CâncerDoenças

Mais de Ciência

Sono desregulado pode elevar riscos de ataque cardíaco e AVC; entenda

Pegadas indicam "encontro" entre duas espécies de humanos há mais de um milhão de anos

Mudanças climáticas podem trazer efeitos catastróficos para a Antártica, alertam cientistas

Nasa pode ter matado seres vivos em Marte durante missão espacial, diz cientista