Ciência

Indonésia anuncia eficácia de 65,3% da CoronaVac e aprova uso emergencial

Dados preliminares são de testes em estágio avançado. No Brasil, eficácia foi de 78% para casos leves e de 100% contra mortes, casos graves e internações

CoronaVac na sede da empresa Sinovac, na China (Thomas Peter/Reuters)

CoronaVac na sede da empresa Sinovac, na China (Thomas Peter/Reuters)

Isabela Rovaroto

Isabela Rovaroto

Publicado em 11 de janeiro de 2021 às 07h36.

Última atualização em 11 de janeiro de 2021 às 12h16.

A Indonésia aprovou nesta segunda-feira, 11, o uso emergencial da CoronaVac, vacina contra covid-19 produzida pela chinesa Sinovac -- e que no Brasil é desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan. A agência reguladora do país também informou que o imunizante apresentou 65,3% de eficácia nos testes realizados no país, segundo resultados preliminares.

“Esses resultados atendem aos requisitos da Organização Mundial da Saúde de um mínimo de eficácia de 50%”, disse Penny K. Lukito, responsável pela agência reguladora de alimentos e medicamentos do país, BPOM.

Na semana passada, o Butantan informou que, nos testes feitos no Brasil, a Coronavac teve eficácia de 78% em casos leves e de 100% em casos moderados e graves -- isto é, afirmando que nenhum dos vacinados precisou ser hospitalizado ou teve a doença de forma grave. Mas falta ainda a divulgação da eficácia geral nos testes brasileiros.

Com base em dados divulgados pelo diretor do Butantan, Dimas Covas, na semana passada, pesquisadores já estimam que a eficácia tenha sido na linha da Indonésia, de pouco mais de 60%.

A Indonésia já recebeu 3 milhões de doses da CoronaVac, e está programada para receber cerca de 122,5 milhões.

A Indonésia está enfrentando o pior surto de covid-19 no sudeste da Ásia e as autoridades estão contando com uma vacina para ajudar a aliviar as crises econômicas e de saúde que devastam o país. No total, 836.718 casos e 24.343 mortes por covid-19 já foram registrados no país.

O Butantan fez o pedido de registro emergencial da Coronavac junto à Anvisa na última sexta-feira, 8. No fim de semana, a Anvisa solicitou mais detalhes sobre a Coronavac, após o envio da documentação inicial. O secretário de Saúde paulista, Jean Carlo Gorinchteyn, disse que o material completo já havia sido enviado, mas que irá procurar a Anvisa na manhã de hoje. Na opinião de ex-presidentes da Anvisa ouvidos pelo Estadão, o pedido não coloca em risco a aprovação da vacina

Após meses de embates, o governo federal anunciou que vai adquirir todo o estoque da Coronavac e incluir a vacina no Plano Nacional de Imunização. O governo federal comprou 46 milhões de doses da Coronavac, com parte do montante produzido no Butantan e parte importado, e distribuirá o imunizante a todos os estados de acordo com os grupos prioritários e população de cada lugar.

A outra vacina no Brasil mais próxima da aprovação é de AstraZeneca e Universidade de Oxford, testada em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que também teve o pedido de registro junto à Anvisa feito na sexta-feira.

As primeiras doses dessa vacina, cerca de 2 milhões, serão importadas do indiano Instituto Serum, o maior fabricante de vacinas do mundo e parceiro da AstraZeneca para fabricar vacinas a países em desenvolvimento. Em seguida, as doses também serão produzidas pela Fiocruz.

A importação do Serum da vacina de Oxford e a aprovação da Anvisa da Coronavac definirão se o Brasil conseguirá começar a vacinar a população ainda em janeiro. O governo federal pretende começar a vacinar em 20 de janeiro, em um cenário classificado como otimista, ou no começo de fevereiro.

O estado de São Paulo manteve o início de sua vacinação para 25 de janeiro, com sua fatia que lhe cabe da Coronavac no Plano Nacional de Imunização, segundo informou o governo paulista na semana passada.

(Com informações da Reuters)

 

 

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