Ciência

Fumantes menores de 50 anos correm 8 vezes mais riscos de infarto

Estes resultados são relativamente surpreendentes porque jovens em geral não têm muitos problemas de saúde capazes de aumentar o risco cardíaco

Fumantes: "Fumar talvez seja o fator de risco mais poderoso, cujo efeito aparece muito antes de qualquer outro", (Foto/Thinkstock)

Fumantes: "Fumar talvez seja o fator de risco mais poderoso, cujo efeito aparece muito antes de qualquer outro", (Foto/Thinkstock)

A

AFP

Publicado em 30 de novembro de 2016 às 18h34.

Os fumantes de menos de 50 anos têm oito vezes mais probabilidades que os não fumantes da mesma idade de sofrer um ataque cardíaco sério, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira.

A diferença de risco de infarto entre fumantes e não fumantes diminui com a idade: é cinco vezes maior para os fumantes de entre 50 e 65 anos, e três vezes maior entre os de mais de 65.

Estes resultados são relativamente surpreendentes porque as pessoas jovens em geral não têm muitos problemas de saúde - diabetes, hipertensão ou colesterol alto - capazes de aumentar o risco cardíaco.

"Fumar talvez seja o fator de risco mais poderoso, cujo efeito aparece muito antes de qualquer outro", adverte o estudo publicado pela revista especializada Heart.

Todos os fumantes enfrentam um risco significativamente maior de ataque cardíaco do que os não fumantes, mas restava esclarecer a extensão desse risco nas diferentes faixas etárias.

Para isso, uma equipe de pesquisadores liderada por Ever Grech, do centro de cardiologia South Yorkshire do Hospital Geral do Norte de Sheffield, Inglaterra, analisou dados de 1.727 adultos que receberam tratamento para um tipo comum de ataque cardíaco conhecido pela sigla Stemi, entre 2009 e 2012.

Esses ataques cardíacos, que ocorrem após a obstrução total de uma artéria coronária que nutre o coração, danifica toda a espessura do músculo cardíaco alimentado por esta artéria.

Esse tipo de infarto do miocárdio, chamado Stemi, é acompanhado por uma mudança no eletrocardiograma (elevação do segmento ST), que revela a morte de uma grande parte do músculo cardíaco.

Cerca da metade dos pacientes eram fumantes. O resto se dividia em partes quase iguais de ex-fumantes e não fumantes.

Em média, os fumantes eram ao menos uma década mais jovens do que os ex-fumantes, ou do que os que nunca tinham fumado, quando sofreram o infarto. Tinham, ainda, duas vezes mais chances do que os não fumantes de sofrer uma doença coronária.

No conjunto da população de Yorkshire do sul, 27% dos adultos de menos de 50 anos fumam tabaco. No entanto, cerca de 75% dos pacientes menores de 50 anos que tiveram doenças isquêmicas do coração eram fumantes.

Estes resultados deveriam ajudar os jovens fumantes a se conscientizarem sobre os riscos que enfrentam, de acordo com os autores do estudo.

Estes reconhecem, porém, que "é difícil explicar este risco muito maior" de ataque cardíaco em pacientes jovens.

A meta deveria ser ajudar os jovens fumantes a largarem o hábito, afirma na mesma publicação o cardiologista Yaron Arbel, do centro médico de Tel Aviv, Israel.

E se parar completamente resulta impossível, "até mesmo reduzir a quantidade de cigarros fumados por dia pode fazer uma diferença".

Acompanhe tudo sobre:CigarrosDoenças do coraçãoSaúde

Mais de Ciência

Nasa oferece prêmio de quase R$ 18 milhões para quem resolver este desafio

Sono desregulado pode elevar riscos de ataque cardíaco e AVC; entenda

Pegadas indicam "encontro" entre duas espécies de humanos há mais de um milhão de anos

Mudanças climáticas podem trazer efeitos catastróficos para a Antártica, alertam cientistas