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Covid-19 já estava nos Estados Unidos antes do surto na China, diz estudo

Pesquisa feita pelo CDC aponta a presença de anticorpos que combatem a doença em amostras de sangue colhidas nos EUA ainda em dezembro do ano passado

Covid-19: origem do vírus ainda é um mistério para a comunidade científica (John Moore / Equipe/Getty Images)
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Rodrigo Loureiro

Publicado em 1 de dezembro de 2020 às 13h26.

Última atualização em 23 de dezembro de 2020 às 12h11.

Uma nova pesquisa feita pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) revelou indícios de que o novo coronavírus já estava presente nos Estados Unidos antes mesmo do início do surto da doença na China, primeiro país a registrar um grande número de pacientes infectados com o vírus Sars-CoV-2.

Conforme aponta o South China Morning Post , testes colhidos em dezembro do ano passado nos Estados Unidos, antes da explosão de casos na China, já mostravam que algumas pessoas haviam sido infectadas por covid-19. Isso porque as amostras traziam os anticorpos que surgem justamente para combater a infecção do novo coronavírus.

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As descobertas, assim, invalidam a afirmação de que a covid-19 só chegou ao país no mês seguinte, já que o primeiro caso relatado da doença em território americano só foi visto no dia 19 de janeiro. Pior: a confirmação oficial do surto da doença em Wuhan, na China, só foi feita no dia 31 de dezembro.

“A presença desses anticorpos indica que infecções isoladas de Sars-CoV-2 podem ter ocorrido na Costa Oeste dos Estados Unidos antes do que se reconhecia anteriormente”, escreveram cientistas do CDC no estudo, publicado no periódico científico Clinical Infectious Diseases.

A revelação mais recente é apoiada em uma análise feita na Itália durante o mês de outubro e que apontou a presença de anticorpos que agem contra o novo coronavírus também em amostras de sangue colhidas ainda em setembro de 2019. Na França, uma amostra de sangue colhida ao fim de dezembro também apresentou resultados semelhantes.

-(EXAME Research/Exame)

Esses resultados levantam ainda mais perguntas sobre a origem da doença. Equipes de investigação da Organização Mundial da Saúde e do jornal médico The Lancet estão empenhadas na busca de explicações. Isso não deve ser fácil. Mike Ryan, epidemiologista e responsável pelo programa de emergências de saúde da OMS, já afirmou que a buscar uma resposta é como procurar uma agulha em um palheiro.

O CDC informou que, dos 7.389 testes de sangue coletados entre 13 de dezembro de 2019 e 17 de janeiro de 2020, pelo menos 106 reagiram a testes de anticorpos de covid-19. Desse montante, 39 testes foram coletados entre os dias 13 e 16 de dezembro nos estados de Califórnia, Connecticut, Iowa, Massachusetts, Michigan, Oregon, Rhode Island, Washington e Wisconsin.

“Essas descobertas sugerem que o Sars-CoV-2 pode ter sido introduzido nos Estados Unidos antes de 19 de janeiro de 2020”, informou o órgão.

Apesar dos registros de anticorpos em amostras de sangue colhidas fora da China antes do início do surto da doença, ainda é impossível que a covid-19 tenha surgido em um ou outro país. É possível que os casos em Wuhan, primeira cidade a ser afetada pela doença, tenham surgido meses antes do que os cientistas acreditam.

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