Ciência

Barbra Streisand clonou seu cachorro (e você também pode)

A atriz e cantora desembolsou muito dinheiro para adiar a despedida do seu pet. Você faria o mesmo?

 (Flickr/lifescript/Reprodução)

(Flickr/lifescript/Reprodução)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 4 de março de 2018 às 05h55.

Última atualização em 4 de março de 2018 às 05h55.

Perder o seu bichinho de estimação sempre é uma experiência traumática. Você dedica anos de cuidado e carinho ao pet, desenvolve um laço, e uma hora precisa deixá-lo partir. Para os meros mortais, não resta outra solução além de aceitar que tudo tem seu fim e seguir com a vida. Para Barbra Streisand, não.

A cantora e atriz cedeu uma longa entrevista à revista Variety cheia de detalhes sobre sua carreira e aproximação com o movimento #MeToo, mas foi um breve comentário sobre seus cachorros que repercutiu no mundo todo. Streisand contou que clonou duas vezes sua cadela de estimação, Samantha, que morreu em 2016. O resultado são dois cães saudáveis da raça Coton de Tulear: Miss Violet e Miss Scarlet.

Os filhotes surgiram a partir de células retiradas da boca e do estômago de Samantha enquanto ela ainda estava viva. As células foram congeladas e usadas posteriormente com a ajuda de um óvulo doador. O núcleo desse óvulo foi retirado, substituído pelo material genético do cão e implantado numa fêmea para gestação.

Parece um caso excêntrico, mas a ganhadora do Oscar não foi a primeira a entrar nesta onda. Nos EUA, algumas empresas de clonagem oferecem o serviço para quem não quer se despedir do seu bichinho de estimação. A mais famosa delas, a ViaGen, começou a trabalhar há dois anos e já clonou mais de 100 cães e gatos desde então.

O problema é que uma instituição não gostou nada de saber da novidade: a PETA.

“Todos nós queremos que os nossos queridos cães vivam para sempre, mas por mais que a clonagem soe como uma boa ideia, não é isso que conseguimos, ao contrário, cria-se um cão novo e diferente que tem apenas as características físicas do original”, afirmou a presidente da ONG, Ingrid Newkirk, em comunicado à imprensa enviado logo após a divulgação da entrevista. “A personalidade dos animais e suas essências não podem ser replicadas e, quando levamos em conta os milhões de animais esquecidos em canis, entendemos como a clonagem só está aumentando a crise dos animais de rua.”

Apesar do apelo, o mercado de clonagem de animais domésticos não apresenta sinais de que vai perder fôlego tão cedo, principalmente depois de toda a propaganda gratuita que o caso está proporcionando. Mas clonar um cão é caro, custa cerca de 50 mil dólares — um gato é mais barato, 25 mil. Talvez seja mais fácil aceitar a vida (e a morte) do jeito que ela sempre foi.

*Este conteúdo foi publicado originalmente na Superinteressante 

**Imagem de abertura por flickr/lifescript

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